São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Thompson mostra bastidores com timidez

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

O roteiro e o diário de filmagem de "Razão e Sensibilidade", escritos pela atriz Emma Thompson, satisfazem a curiosidade cinéfila e a prosaica.
O leitor ganha informações bastante precisas sobre a filmagem de algumas cenas.
Por exemplo: "Terminamos o casamento. Alegria. Duas câmeras, a nossa e uma steadicam (que fica presa ao corpo do operador e oferece maior mobilidade) para cobrir a procissão...".
Ao mesmo tempo, fica sabendo o que a atriz ou o diretor comeram no jantar, o que deu dor de barriga, o que provocou espinhas no rosto.
Fica sabendo também que Emma Thompson tem um banheiro repleto de óleos de aromaterapia que ela não usa. Saber tudo isso para quê, é uma outra história.
Falta de sexo
Quanto a curiosidades de alcova, nenhuma. Há somente o desabafo sobre a falta de sexo do diretor Ang Lee (leia texto nesta página). Frase que poderia soar como uma cantada, não fosse a autora uma inglesa.
O leitor percebe que os diários não são de fato um relato derramado do que aconteceu naqueles dias de filmagem. A "edição" do material foi feita na medida exata para preservar razão e sensibilidade. Ou seja, passagens "pessoais" entremeadas por informações.
O livro "Razão e Sensibilidade" (Editora Rocco, 308 págs., preço indefinido), que será lançado na próxima segunda-feira, dia 25, traz uma introdução escrita pela produtora Lindsay Doran, informações sobre o elenco, o roteiro e o diário de filmagem.
No apêndice, uma carta da atriz Imogen Stubbs como se fosse sua personagem Lucy Steele escrevendo para Elinor Dashwood alguns anos depois de as duas estarem casadas.
A carta é um exercício de pesquisa de personagem proposto pelo diretor Ang Lee.
No livro, o leitor percebe o estranhamento mútuo entre os atores ingleses e o diretor chinês, que pede aos atores atônitos coisas como "um sorriso afetado carinhoso".

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