São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Calma volta à ilha de Quemoy

JAIME SPITZCOVSKY
DO ENVIADO ESPECIAL

A ilha de Quemoy começa voltar à normalidade após dias de tensão. "As pessoas estão mais calmas depois de passar o auge das ameaças chinesas, e de qualquer maneira os habitantes daqui estão acostumados ao fantasma da guerra", disse Bruce Yao, um jornalista da capital Taipé, há 14 dias na ilha.
Quemoy fica a apenas 2,3 km da China. Entre o continente e a ilha principal de Taiwan existe uma distância de 220 km.
Quemoy entrou para a história como a principal ponta de lança da resistência nacionalista ao avanço dos comunistas. Transformada em ilha-fortaleza, ela abriga hoje 60 mil militares e uma população civil de 50 mil pessoas.
Wang Mei, dona de uma mercearia, disse que ficou assustada quando viu soldados cavando trincheiras. "Pensei que já nos preparávamos para a tempestade", afirmou.
Os exercícios militares chineses, realizados a 53 km de Quemoy, levaram as tropas da ilha a se mobilizar para um eventual combate.
A escola local passou a realizar exercícios diários para treinar os alunos a como se proteger em caso de bombardeio.
Em 1958, os comunistas bombardearam Quemoy e mergulharam a região em uma de suas mais tensas crises. A ilha levantou lei marcial em 1992, quando a ameaça de invasão parecia ter desaparecido.
"Não acredito que as pessoas queiram administração militar de novo, apesar da ameaça do continente", diz Bruce Yao. "Os habitantes já se acostumaram."
(JS)

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