São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996 |
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'Cansamos de pedir audiência'
DA ENVIADA ESPECIAL "Quando se trata de aumentar o número de secretarias e de cargos comissionados para recompensar aliados políticos, tudo é pouco", diz Antonio Batisti, 39, há dez anos presidente do Sintespe, o sindicato dos servidores estaduais.Batisti afirma que nem o próprio governo sabe quantos funcionários tem. "Eles dizem que varia de 96 mil a 120 mil. A sociedade precisa conhecer os números reais." Segundo ele, o sindicato "cansou" de pedir audiência ao governador e nunca foi recebido. "A única visão que o governo tem de reforma é demitir." "Hoje", diz, "o contingente dos setores essenciais -saúde, educação, segurança e fiscalização- representa 94% dos servidores públicos e consome 91,5% da folha. Os demitidos serão 'soldados' -profissionais da saúde, professores. Isso interessa à sociedade?" Batisti diz que "estranha" o fato de o governo ter de lançar mão de um decreto para cortar a folha. "O governo anterior (Vilson Kleinubing, PFL, substituído no final do mandato por Antonio Carlos Konder Reis, ex-PPB, atualmente PFL) diz que deixou o Estado sem dívida." O deputado do PT, Carlito Merss, 40, tem a mesma dúvida. Para esclarecê-la, aprovou na Assembléia a convocação do governador, que deverá expor a "real" situação financeira do Estado. Merss diz que o teto salarial de R$ 1.800 do funcionalismo é de "faz-de-conta": "Tem gente ganhando muito mais". Texto Anterior: "Preferia ter 20 Vicentinhos" Próximo Texto: Sem os ruralistas, Frei chega ao Brasil Índice |
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