São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996
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Diversão terá investimento de US$ 0,5 bi

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca se investiu tanto em lazer no Brasil como agora. Os projetos já anunciados somam mais de US$ 500 milhões.
Grandes grupos empresariais estrangeiros e bancos estão liderando essa corrida, que conta ainda com o apoio do BNDES.
Projetos em andamento incluem construção de parques aquáticos ou temáticos, hotéis, pistas de corrida para carros e karts e ampliação de redes de locadoras de vídeo.
Hoje, a indústria do lazer no país movimenta cerca de US$ 250 milhões, segundo a Adibra, associação que reúne empresas do setor.
Nesse cálculo, entram os gastos dos consumidores com parques de diversão, áreas de lazer nos shopping centers, cinemas e fliperamas.
Para alguns especialistas, essa é uma avaliação muito modesta.
Norte-americanos na Bahia
Um banco interessado em investir no setor calcula que só os quatro maiores parques de diversão do país receberam cerca de seis milhões de visitantes no ano passado, cada um deles gastando em média R$ 20,00 -o que significaria R$ 120 milhões de faturamento.
Não existem dúvidas, porém, sobre o potencial de crescimento. Tanto que o setor, historicamente dominado por empresas familiares, atrai, agora, grandes grupos nacionais e estrangeiros.
Dois grupos norte-americanos especializados em parques aquáticos, por exemplo, já anunciaram a construção de centros de lazer.
Um deles é o Wet'n Wild, que programa a inauguração nos próximos 18 meses de três parques aquáticos, o primeiro deles em Salvador, na Bahia.
O grupo Moreira Salles (que controla o Unibanco) foi um dos primeiros, entre as grandes empresas brasileiras, a se interessar por investimentos na área de lazer.
Há exatamente um ano, essa decisão se concretizou com a inauguração da primeira loja Blockbuster no Brasil.
Com investimentos de US$ 25 milhões até agora, foram abertas 14 lojas, todas em São Paulo.
Seis outras estão em obras e nas duas próximas semanas deverão ser assinados os contratos de mais 10, segundo Luís Mário Bilenky, presidente da BWU Vídeo S/A, a empresa que comercializa a marca Blockbuster no país.
Até o final do ano, o número de lojas deverá ser de 40, sendo que algumas delas serão instaladas em outros Estados. Para chegar a essa meta, outros US$ 25 milhões serão investidos.
Videocassetes
Bilenky acredita que o mercado para o aluguel de vídeos vai continuar crescendo aceleradamente, apesar da concorrência de outras opções de lazer.
Os dados sobre esse mercado não são muito confiáveis, mas estimativas conservadoras mostram um setor com uma movimentação de cerca de US$ 1 bilhão ao ano.
Depois do Plano Real, cerca de 2,4 milhões de aparelhos foram vendidos. E esse ritmo de vendas pode continuar porque as prestações são baixas. Hoje, é possível comprar um videocassete por 24 pagamentos de R$ 18,00.

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