São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996
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Torcida santista atira pilhas e até porta-retrato no gramado

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Pilhas, chinelos, sapatos, garrafas, rádio portátil e até um porta-retrato foram atirados no gramado pela torcida santista.
Há mais de 20 anos a torcida santista não via o time perder por diferença de seis gols em plena Vila Belmiro.
Os torcedores picharam os muros da entrada dos jogadores santistas. As frases se referem ao presidente do clube e ao patrocinador. "Fora Samir, chega de besteira. Chega de ajudar, tem que trabalhar. Fora Unicór."
A torcida vaiou seus ídolos, chamou de "burro" o técnico Orlando, gritou pelo ex-técnico Serginho Chulapa e pediu reforços. Fora do estádio, torcedores confrontaram-se com a Polícia Militar. Houve correria e pancadaria.
Na tribuna de honra do estádio, o presidente Samir Abdul-Hak discutiu com os torcedores e deixou o local antes do término da partida.
Alheio a estes problemas, jogadores do Santos e do Palmeiras não pouparam críticas ao gramado da Vila Belmiro. O atacante Muller foi um dos que mais reclamou. "Não dava para tocar a bola."
"Tinha muita lama, a chuteira prendia na hora do pique", afirmou Rivaldo. Nas laterais prevaleceu os buracos. "Uma lástima", disse Júnior do Palmeiras.
Pelo lado do Santos, continuaram as lamentações. "Não estamos nem treinando na Vila para preservar o gramado, mas, do jeito que tem chovido, não há gramado que aguente", desabafou o ponta Macedo.
"No jogo contra o XV de Jaú, pisei num buraco e torci o tornozelo. Hoje (ontem) joguei no sacrifício, não dava nem para andar", disse o zagueiro Sandro, do Santos.
A diretoria do Santos recentemente providenciou uma reforma no campo, devido à crítica de que tinha o pior gramado do Estado. A reforma não adiantou. Falta um sistema de drenagem adequado.

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