São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 1996
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Bruce Dickinson rivaliza com sua ex-banda, o Iron Maiden

Lançamentos simultâneos marcam competição de metaleiros

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

O novo disco de Bruce Dickinson, que marca a entrada do selo Castle no mercado nacional, chega às lojas simultaneamente ao relançamento dos nove CDs em que o cantor esteve à frente do Iron Maiden. A comparação é inevitável.
Desde que saiu do grupo, há três anos, Dickinson tem procurado dar nova cara a sua música. No terceiro disco solo, "Skunkworkds", evita os clichês do metal, mas nem por isso soa grunge, como chegou a ser insinuado no ano passado, na época de seu show em SP.
A produção de Jack Endino, que fez os principais álbuns da era grunge (e os dois últimos dos Titãs), dá consistência sem interferir no estilo do cantor. E Dickinson parece ter mesmo encontrado um "novo" estilo: rock progressivo.
Instrumental virtuoso, introduções pomposas e letras transcendentais marcam "Skunkworks". Mas a tendência progressiva transparece desde a concepção gráfica do CD, que vem assinada por Storm Thorgenson, fundador do estúdio Hipgnosis -responsável por, entre outros, o visual do LP "Dark Side of the Moon", do Pink Floyd. Punk rock, não é mesmo.
Como no CD anterior, "Balls to Picasso", Dickinson continua tentando cantar em tons mais graves. Mas os gritos agudos que o consagraram no Maiden acabam vindo à tona nas faixas mais aceleradas.
O pacote Iron Maiden (dez discos, incluindo a estréia, com o cantor Paul DiAnno) vem requentado por faixas inéditas (covers de Jethro Tull, Led Zeppelin, Thin Lizzy, etc.). Mas os anos já pesam mais do que o próprio metal na fórmula de monstros e guitarras do grupo. Dickinson saiu na hora certa.

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