São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Maluf nas ruas

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Henrique aciona a máquina para fazer passar a reeleição e horas depois a Guarda Metropolitana está nas ruas de São Paulo, batendo em camelô.
Mais algumas horas e Paulo Maluf está na televisão, na Record, SBT, quase cômico:
- Nós somos de paz e amor. Ninguém quer violência. Mas é evidente que, quando alguém invade a sua calçada, onde você tem direito de ser pedestre, e fica vendendo contrabando ou tóxico, quem está praticando violência contra São Paulo é quem pratica esses atos, e não a Guarda.
Ou ainda, na Globo:
- Não é possível que se instalem dezenas de milhares de camelôs e a maioria deles nem respeite a calçada para os pedestres.
Começou a campanha. Ou ainda, começou no final de semana, quando Luiza Erundina foi escolhida a candidata petista.
A ação de Paulo Maluf e sua Guarda Civil Metropolitana, levando o terror ao centro de São Paulo, serve para polarizar a campanha.
Colorido
Sérgio Motta está fora, definitivamente.
Despreocupado das pesquisas, o ministro voltou ao normal, com as suas declarações grosseiras de antes de ser prefeiturável.
"Ele tem o saco preto" foi a grosseria de ontem, segundo a Bandeirantes.
Referia-se ao presidente Fernando Henrique, que seria ainda mais corajoso do que Fernando Collor, que só tinha "aquilo roxo".
Maior e melhor
Sempre iludindo a si mesmo que o problema é a imagem, o governo jogou no ar uma campanha para livrar a cara do Banco do Brasil.
O presidente do banco virou garoto-propaganda:
- É o nosso compromisso: fazer do maior banco o melhor banco do Brasil.
Nem palavra dos bilhões.

e-mail: nelsonsa@folha.com.br

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