São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996 |
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Deputado quer que o governo pague o BB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O relator da medida provisória que regulamenta o socorro financeiro ao Banco do Brasil, deputado Lima Netto (PFL-RJ), afirmou ontem que vai propor que o governo pague suas dívidas com o BB.A assessoria do BB informou ontem que a União deve ao banco cerca de R$ 6,1 bilhões. A MP reconhece dívidas de R$ 2,2 bilhões, referentes ao Tesouro Nacional. A medida deixa de fora débitos cobrados pelo BB relativos ao crédito rural (R$ 400 milhões), à Acesita (R$ 1 bilhão), ao INSS (R$ 1,3 bilhão) e a créditos tributários (R$ 900 milhões). "Até hoje o banco tem dinheiro a receber de estatais já extintas, como a Siderbrás (Siderúrgicas Brasileiras)", afirma Lima Netto. Uso político Netto, que participou ontem da instalação da comissão especial do Congresso que analisa a MP, elogiou o presidente do BB, Paulo César Ximenez. "Ele está fazendo uma grande administração, tentando resolver problemas do passado", disse o deputado. Para o relator, é impossível evitar, com uma lei, que o BB seja usado politicamente. "Vamos tentar sensibilizar o governo, mas não é possível colocar em lei a exigência de que não haja uso político." A MP prevê a injeção de R$ 2,2 bilhões no banco, como reconhecimento de dívidas com o governo. O BB registrou prejuízo de R$ 4,2 bilhões no último balanço. O relator tem prazo de 15 dias para apresentar seu parecer. Ele disse, porém, que a comissão não deverá votar a MP dentro de 30 dias. Com isso, a MP seria reeditada. Lima Netto disse que o maior problema são as dívidas que o banco tem com o próprio governo. "Vou propor o pagamento desses débitos e que o banco tenha administração profissional", afirmou. Segundo ele, o governo deve encontrar outros meios para dar subsídios. "É justo que o governo queira subsidiar alguns setores, mas o que não pode acontecer é mandar a conta para o BB", disse. Texto Anterior: Ermírio ataca defensores da comissão Próximo Texto: Banco Central ouve Magalhães Pinto Índice |
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