São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Saiba tudo que mudou em 25 anos de GP Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Um quarto de século depois do primeiro GP Brasil, o palco é o mesmo -Interlagos-, mas quase tudo o mais mudou. Veja o que se alterou e, ao chegar ao autódromo ou assistir à prova pela TV, pense na história da prova brasileira.
O próprio circuito foi modificado: para voltar a receber a prova, em 1990 -após nove anos de disputa em Jacarepaguá, no Rio-, o traçado foi reduzido dos 7.960 m originais para os atuais 4.325 m.
A antiga reta entre a Curva 1 e a Curva 2 ganhou um "S", o atual "S do Senna". O Retão foi encurtado. Isso não diminuiu a velocidade final, que passou dos 250 km/h dos anos 70 a quase 300 km/h hoje.
A Subida do Lago virou Descida do Lago. A Reta Oposta e a Curva do Sol desapareceram. Sobreviveram o Pinheirinho, o Bico de Pato e o Mergulho.
A prova de 1972 teve apenas 11 carros na largada. A deste ano pode ter o dobro -22, se todos os inscritos conseguirem o tempo mínimo na classificação.
A velocidade média mudou pouco, principalmente devido à alteração do traçado. O vencedor em 1972, Carlos Reutemann, fez 181,679 km/h. No ano passado, Michael Schumacher marcou 186,919 km/h.
O acesso do público é bem mais restrito. Calcula-se que 200 mil pessoas assistiram ao primeiro GP em Interlagos. Hoje, os organizadores esperam 60 mil.
Em 1972, muitos torcedores acamparam entre o Sargento e o Laranja. Boa parte invadiu o circuito pulando o muro na noite que antecedeu o Grande Prêmio.
O comportamento do público também mudou. Na primeira prova, os torcedores começaram a deixar as arquibancadas bem antes do fim da prova.
Hoje, isso raramente ocorre (uma exceção foi 1994, quando Ayrton Senna saiu). "O brasileiro não tinha cultura de automobilismo internacional", avalia Wilson Fittipaldi Jr., terceiro colocado em 1972.
Os 500 ambulantes que percorreram as arquibancadas de então deram lugar às lanchonetes oficiais de uma cadeia de fast-food, com 150 empregados.
Os engarrafamentos para chegar a Interlagos em 1972 foram substituídos por um esquema de trânsito detalhado, introduzido em 1990, para evitar que os carros se aglomerem em torno do autódromo.
Na pista, quatro pilotos brasileiros, tanto em 1972 quanto agora. Naquele ano, foram Emerson Fittipaldi, Wilsinho Fittipaldi, José Carlos Pace e Luís Pereira Bueno.
Desta vez, serão Rubens Barrichello, Pedro Paulo Diniz, Ricardo Rosset e Tarso Marques. Dois deles -Barrichello e Marques- nem eram nascidos no dia do primeiro GP Brasil em Interlagos.

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