São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Avalia a chance dos brasileiros na prova

DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro pilotos brasileiros disputam, neste ano, o GP Brasil de F-1. Além dos "veteranos" Rubens Barrichello e Pedro Paulo Diniz, estarão na pista paulistana Ricardo Rosset e Tarso Marques.
Nenhum deles, porém, corre em uma equipe de ponta. Barrichello, na Jordan, é o que tem mais experiência (já disputou 49 GPs desde 1993) e mais condições técnicas de alcançar um bom resultado.
Seus dois grandes momentos na categoria, até agora, foram uma surpreendente pole position, conquistada sob chuva, no GP da Bélgica, em 1994, e a segunda colocação no Canadá, em 95.
Esse resultado, no ano passado, aplacou parcialmente uma série de dificuldades enfrentadas por Barrichello na temporada em que assumiu, de fato, o papel de sucessor de Ayrton Senna.
A pressão da mídia e da torcida esbarraram na falta de maturidade de Barrichello, que encontrou pouca motivação em um carro de competitividade limitada.
Para esta temporada, o piloto adotou uma postura que ele próprio batizou de "pé atrás". Fala pouco e sempre de forma bastante cautelosa.
No primeiro GP da atual temporada, na Austrália, o comportamento se mostrou adequado. O bom desempenho na classificação e na primeira parte da corrida acabaram obliterado pela falha do motor, que o obrigou a abandonar.
Neste fim-de-semana, como no GP Brasil de 94, Barrichello carrega o fardo de ser o piloto brasileiro com maior chance. Resta saber se estará, como diz estar, mais preparado para suportar a pressão.
Pedro Paulo Diniz, por sua vez, vive outro dilema. Em uma equipe média, a Ligier, tem um carro bastante superior ao Forti Corse da temporada de estréia.
O problema é exatamente esse. Com carro melhor, Diniz terá de provar que tem condições de ser rápido e não só sobrenome eficiente para alavancar patrocínio.
Na primeira corrida do ano, teve uma série de problemas e terminou a prova em décimo. Culpou, principalmente, a falta de entrosamento com a equipe -que culminou, no último fim-de-semana, com a mudança do engenheiro de seu carro.
Ricardo Rosset, na Arrows, compete o segundo GP de sua carreira, em Interlagos. Com bastante experiência nas categorias de formação européia, é considerado um piloto rápido.
As limitações técnicas do carro, porém, podem impedir uma atuação maior em seu próprio país. Na Austrália, chegou à frente de Diniz, na nona colocação, apesar da falta de experiência na categoria.
O quarto brasileiro na F-1, Tarso Marques, acertou sua participação na corrida e no próximo GP, o da Argentina (7 de abril), na semana passada.
Aproveitou o problema de patrocínio que enfrenta o japonês Taki Inoue (substituído na Austrália por Giancarlo Fisichella, protegido da Minardi) e vai pagar US$ 500 mil pelas duas corridas. Estréia cedo na categoria, movido pelo entusiasmo de ser o mais jovem na categoria.
Como Rosset em Melbourne, deverá sofrer com a falta de experiência. Seu contato com um carro da categoria se limita a dois pequenos testes, com a própria Minardi, suficientes apenas para cumprir o mínimo exigido para obtenção da superlicença -a habilitação de um piloto de F-1.
A transmissão da TV
A pedido das TVs que detém os direitos da F-1 pelo mundo, o treino classificatório de sexta-feira foi abolido. Só contará para a formação do grid a sessão de sábado.
Assim, a Globo transmitirá o treino oficial amanhã, ao vivo, às 13h. E a corrida, no mesmo horário, no domingo.

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