São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Guerra no centro obriga lojas a fechar

DA REPORTAGEM LOCAL

A região central de São Paulo viveu das 23h40 de anteontem às 17h de ontem um clima de guerra entre fiscais da prefeitura e guardas-civis metropolitanos, que ocuparam o centro, e camelôs, que foram impedidos de montar suas barracas.
O comércio chegou a fechar as portas, houve depredação de lojas e ameaças de saques. Pelo menos 23 pessoas foram presas, e só a Santa Casa atendeu dez feridos.
A operação de ocupação do centro começou às 23h de quarta-feira. A prefeitura decidiu levar 270 homens para a região da praça da Sé para obrigar os camelôs a desmontar suas barracas. Já de madrugada houve confronto entre policiais e camelôs, que tiveram suas mercadorias recolhidas.
Segundo o administrador regional da Sé, Victor David, os ambulantes só podem voltar para as ruas depois de um recadastramento, que deveria ter começado ontem, mas foi adiado para hoje devido à confusão.
Durante toda a manhã e à tarde, cerca de 1.500 camelôs fizeram passeatas em que ameaçavam destruir as lojas que se mantinham abertas. Eles atiraram paus e pedras contra vitrines e chutavam as portas de ferro. Houve novos confrontos com policiais e seguranças das lojas, que também estavam armados. À noite, um grupo de camelôs ainda continuava no centro, "guardando" as barracas que ainda não haviam sido removidas. A prefeitura pretende manter a ocupação.

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