São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996 |
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Redutor da TR terá queda gradativa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou ontem uma diminuição gradual no redutor usado no cálculo da TR (Taxa Referencial), que corrige a poupança.A mudança vai reduzir a diferença entre o rendimento das cadernetas e o das demais aplicações, mas também elevará as dívidas corrigidas pela TR, entre elas as dos mutuários do SFH e dos Estados. "Todo mundo que tem dívida em TR paga mais", admitiu o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. A mudança começa daqui a 90 dias. O atual redutor de 1,3%, aplicado sobre a taxa média dos CDBs, cairá para 1,25% a partir de 1º de julho, 1,20% em 1º de agosto e 1,15% em 1º de setembro. No final de junho serão divulgados os percentuais para outubro, novembro e dezembro, disse o presidente do Banco Central. Ele fez a seguinte projeção: se os juros permanecessem no atual patamar, o aumento da TR até o mês de setembro permitiria um ganho adicional na caderneta de 2,3% nominais ou 1,9% reais ao ano. O objetivo da mudança é incentivar os investidores a aplicar seus recursos na poupança. O rendimento da caderneta de poupança está abaixo da remuneração paga por outras aplicações financeiras. Dados do BC mostram que até o dia 20 a poupança perdeu R$ 603 milhões entre saques e depósitos. Loyola disse que o governo optou por mexer só no redutor porque ele vem dando certo. O CMN não acatou proposta da Abecip (que representa os agentes financeiros) que defendia uma relação fixa (80% ou 85%) entre poupança e CDBs. Casa própria Também foi aprovado pelo CMN um reajuste de 28,57% no limite de financiamento do SFH (Sistema Financeiro da Habitação). Passou de R$ 70 mil para R$ 90 mil. O imóvel poderá ter valor até R$ 180 mil, contra R$ 140 mil antes. O valor do financiamento será equivalente a 90% do valor de avaliação do imóvel ou do seu preço de compra e venda, o que for menor. Outros votos O CMN também autorizou o uso da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) para remunerar os recursos dos financiamentos repassados pelo BNDES a outros bancos. Também foi permitido que as indústrias de fertilizantes tomem empréstimos no exterior. Os produtores rurais de Santa Catarina prejudicados pelas secas terão acesso a uma linha de financiamento de R$ 20 milhões. O CMN permitiu que as culturas irrigadas possam ser financiadas com mais de um financiamento por ano. O objetivo é estimular o plantio de arroz irrigado. O CMN também autorizou o Banco Mitsubishi Brasileiro a receber recursos externos para aumentar seu capital. LEIA MAIS sobre a reunião do CMN na página 1-11 Texto Anterior: Entenda por que deve mudar Próximo Texto: Ações do Mappin; Valor contábil; Outros créditos; Sem surpresas; Caixa reforçado; Plano do banco; Garantia indireta; Sem provisão; Novo passo; De mudança; Mercado ampliado; Depois do vendaval; Uniformes patrocinados; Fundo de pensão; Rede internacional; Linha branca; Impacto no câmbio; Paraíso fiscal Índice |
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