São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Agricultor chileno rejeita Mercosul

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Centenas de caminhões, tratores e carros bloquearam ontem cerca de 12 estradas no sul do Chile em protesto contra a adesão do país ao Mercosul.
A rodovia Panamericana que liga a costa chilena, foi bloqueada em dez pontos entre Rancagua (90 km ao sul de Santiago) e Puerto Montt (1.100 km ao sul de Santiago).
A maior manifestação aconteceu na província de Araucanía, cuja capital (Temuco, 700 km ao sul de Santiago) ficou isolada por via terrestre durante toda a manhã.
A mobilização foi convocada pela SNA (Sociedade Nacional de Agricultura), que reúne os principais produtores agrícolas do país.
Os manifestantes carregavam placas e cartazes afirmando que a agricultura chilena morrerá caso o governo firme de fato o acordo comercial com o Mercosul.
Enquanto isso, em Santiago, o presidente da Comissão de Agricultura na Câmara dos Deputados, Jaime Naranjo, disse que 800 mil trabalhadores seriam afetados pela adesão do país ao Mercosul.
Segundo o governo, as manifestações foram pacíficas a não houve choques com o Exército, que acompanhou de perto o bloqueio das rodovias.
Tratamento especial
A adesão do país ao bloco foi acertada na semana passada em Cartagena (Colômbia), durante reunião dos ministros de Relações Exteriores e Comércio dos países americanos.
O tratado, que prevê somente a associação comercial do país, será assinado em 25 de junho, em Buenos Aires.
O processo de integração do Chile ao bloco será gradual. Os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) concordaram em tratar de maneira especial o setor agrícola chileno.
Sua incorporação levará de dez a 18 anos para efetivar-se, enquanto os demais setores terão alíquota zero de importação num prazo máximo de oito anos.

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