São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 1996
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Presos 376 palestinos em ação antiterror

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Policiais israelenses prenderam ontem 376 palestinos na Cisjordânia, na maior ação na região desde a entrega do território aos palestinos. Todas as prisões foram feitas em territórios ainda sob jurisdição israelense, e por isso não violam o acordo de paz.
Os palestinos foram acusados de pertencer a grupos terroristas ou colaborar com eles. A ação acontece um mês depois da onda de atentados que matou mais de 60 pessoas em Israel, atribuídos ao grupo Hamas (Movimento de Resistência Islâmico).
Desde o início da onda de atentados, cerca de 900 palestinos já foram presos sob suspeita de ligação com grupos extremistas. Israel disse que o principal objetivo das batidas é deter fabricantes de bombas.
A operação de ontem durou seis horas, em três aldeias próximas à cidade de Ramallah. A maioria dos presos eram alunos da universidade Birzeit.
Por conta da operação, cerca de 500 palestinos fizeram uma manifestação, que foi acompanhada de perto pelos israelenses. Os soldados foram apedrejados.
A universidade também contestou a ação, e informou que 10% dos estudantes foram detidos. A maioria deles são originários de Gaza, onde o Hamas é mais forte, mas estudam na Cisjordânia.
Protesto
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, também protestou. Sua maior crítica, entretanto, foi contra o fato de Israel ter adiado a entrega de Hebron (cidade da Cisjordânia).
Segundo o cronograma estabelecido após acordo entre a Organização para a Libertação da Palestina e o Estado de Israel, Hebron deveria ser desocupada ontem. Mas o premiê Shimon Peres, adiou a retirada de suas tropas indefinidamente.
"Os israelenses têm de respeitar o que assinaram conosco", disse Arafat. A não-retirada frustrou os cerca de 100 mil habitantes palestinos da cidade.
Peres disse que o plano para a retirada está pronto, mas ainda não foi aprovado. A retirada das tropas israelenses pode acontecer em meados de abril.
Todas as outras cidades da Cisjordânia que estavam incluídas no acordo de paz foram desocupadas dentro do prazo estipulado.

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