São Paulo, sábado, 30 de março de 1996 |
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Jobim não reduz resistência de ONGs
IGOR GIELOW
Ele encerrou viagem por quatro países da Europa para explicar decreto de FHC que permite a revisão de áreas indígenas sem se entender com as entidades ligadas ao tema. Jobim se reuniu com 12 entidades britânicas e não gostou da reação dos participantes. "Eles fizeram poucas perguntas e parecem ter misturado alguns conceitos. Nós viemos aqui para mostrar que, como qualquer governo democrático, apresentamos nossas posições para discussão", disse Jobim. A declaração foi feita depois de o ministro saber por jornalistas que alguns coordenadores de ONGs chamaram a conversa com ele de "um discurso, não uma discussão". Os coordenadores pediram para não se identificar. O material de divulgação sobre o encontro de algumas ONGs era agressivo. A Survival, uma das mais antigas ONGs (foi fundada em 69), chama em folheto o governo de "cínico" e o decreto 1.775/96 de "retrógrado". O decreto, que visa normatizar a demarcação de terras, permite a revisão de áreas demarcadas após 1988 para casos em que os proprietários se sintam lesados. "Este decreto permite a total revisão de 156 áreas demarcadas e que, por direito, são dos povos da floresta", disse a coordenadora do Survival, Fiona Watson. O debate encerrou a estadia de um dia de Jobim em Londres, como parte de sua programação européia, que incluiu discussão sobre direitos humanos e cooperação internacional. Pela manhã, ele havia apresentado ao secretário-geral da Anistia Internacional, Pierre Sané, o anteprojeto para o Plano Nacional de Direitos Humanos. Sané disse que o projeto é "positivo". Texto Anterior: FAB intercepta aviões com contrabando Próximo Texto: Prêmio Nobel critica o decreto dos índios Índice |
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