São Paulo, sábado, 30 de março de 1996
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Um só grito de 'fecha!' basta para começar o corre-corre

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O corre-corre de ontem no centro velho de São Paulo brotou do nada. A situação estava tranquila. Um travesti aproveitou para tentar seus 15 minutos de fama e improvisou um striptease. Quando acabou o show, alguém gritou "fecha!". Foi o suficiente.
Uma hora depois do começo do GP -sim, porque o "circuito de rua" percorrido ontem foi muito semelhante ao de anteontem- a agitação terminou.
Houve acordo. Um engenheiro da prefeitura mandava medir 10 m no chão, enquanto camelôs fiscalizavam e fotógrafos e cinegrafistas brigavam por uma imagem. O trabalho não rendeu.
Também não iria adiantar. Os servidores tinham levado tinta amarela -a mesma cor usada nas administrações anteriores. Uma hora depois, a rua 15 de Novembro tinha "n" marcações, mas ninguém sabia quais eram as da gestão Maluf e as da Erundina.
O engenheiro desapareceu. Os camelôs se irritaram. Alguém deu uma entrevista e falou a palavra mágica: corrupção. Os ambulantes tentaram agredi-lo, alegando que falar em propina prejudica a imagem da categoria.
A Guarda Civil salvou a pele do sujeito. Escondeu-o dentro de um banco. "Ninguém entra", esbravejou um guarda. Um cliente foi o primeiro a apanhar quando tentou entrar na agência. O segundo foi o fotógrafo que tentou registrar a cena.

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