São Paulo, sábado, 30 de março de 1996 |
Próximo Texto |
Índice
Nick Cave radicaliza horror em 'baladas de assassinato'
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Diferente dos outros, porém, "Murder Ballads" limita-se ao relato objetivo e seco da ação de serial killers que vão de bêbados pervertidos a doces garotas adolescentes, deixando à parte as tormentas de fundo cristão e/ou existencial. No Brasil, a Warner ainda não definiu data de lançamento; por enquanto, só nas importadoras. Nick e os Bad Seeds não estão sozinhos no disco. "Song of Joy", por exemplo, inclui excertos do "Paraíso Perdido" do poeta inglês John Milton (1608-1674). Mais pop é "Henry Lee", em que Nick encontra sua gêmea musical PJ Harvey. A capa do single da música consuma a identidade: góticos, Nick e PJ beijam-se na boca. Mais pop ainda é "Where the Wild Horses Grow". O dueto aqui é com a conterrânea Kylie Minogue, uma espécie de Angélica australiana. Também lançada em single, tem capa mais ousada: Kylie bóia morta num riacho, Nick está imóvel, de cócoras, à beira. Em "Stagger Lee" e "Henry Lee", Nick aproveita e adapta -em tons macabros- temas musicais da tradição popular. "Death Is Not the End" é o fecho de ouro: a canção, da veia cristã de Bob Dylan, é interpretada em coro por Nick, PJ Harvey, Kylie Minogue, Shane MacGowan (dos Pogues) e alguns Bad Seeds. Moral da faixa de encerramento: a morte não é o fim. Próximo Texto: Conheça o roteiro das histórias macabras do disco Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |