São Paulo, domingo, 31 de março de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Maioria reclama da falta de homens Casadas e solteiras sentem o problema CLÁUDIA TREVISAN
As solitárias sentem a situação na própria pele. As acompanhadas ouvem das amigas uma queixa constante: está difícil encontrar namorados. A Folha ouviu 22 mulheres sobre o assunto. Dessas, apenas duas disseram não sentir a supremacia feminina em seu dia-a-dia. A maioria das outras acredita que os homens estão em posição privilegiada. Mesmo as que têm relacionamentos estáveis reagem com uma espécie de indignação solidária às amigas. Vingança "Sabe qual vai ser a minha vingança? Na minha próxima vida, haverá 50 homens para cada mulher e nós vamos escolher e não ser escolhidas", diz a procuradora do Estado de São Paulo Scarlet Andrade, 39, que já foi casada e tem um namorado há seis anos. A nutricionista Myriam Najas, 36, se espanta: "Deus, onde estão os homens da nossa idade?". A médica Maria Inês Senne, 38, viúva, arrisca uma resposta: "Na nossa idade, a gente seleciona mais e, aí, só sobram o casado e o homossexual". A produtora Miriam Molinos, 48, concorda. Ela já foi casada e teve vários namorados. Desde 94 está sem ninguém. "Sinto-me invisível", afirma. Sozinha há mais tempo (quatro anos), a manicure Célia Piovan, 34, é direta: "Tem mais mulher e os homens estão virando bichas". A norte-americana Nadja Venezian, 44, casada com um brasileiro, vê o "drama" no relato de suas amigas separadas. "Os homens preferem sair com mulheres novas. Me dá raiva!" Sua amiga Natalie Zimmerman, 37, casada, não tem dúvida: "É difícil aqui para as mulheres". Texto Anterior: População do Brasil por sexo e idade Próximo Texto: Periferia tem 'extermínio' masculino Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |