São Paulo, domingo, 31 de março de 1996
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Faxineira e executiva dizem ser difícil achar companheiro

CLÁUDIA MATTOS; RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Em cima do morro ou na zona rica da cidade, parece que há consenso sobre a escassez de homens no Rio, o Estado campeão no desequilíbrio entre os sexos.
Moradora do morro da Mangueira (zona norte), Ana Flávia Braga Saturnino, 21 anos, 2 filhos, renegou seu passado de "mulher de bandido" e decidiu se sustentar como faxineira.
"Estou satisfeita com o emprego que tenho. Queria ganhar mais, mas Deus só me deu essa oportunidade", afirma.
Ex-mulher de dois traficantes de drogas, Ana diz que "duro mesmo" é viver só. "Há um ano não sei o que é dar um beijo na boca", diz, reclamando da dificuldade de encontrar "um homem amigo, companheiro".
"Só encontra se for um velho, porque garoto novo só quer saber de farra", diz Ana.
Idade
Dulce Thompson, 32, atleta da geração Isabel & Jacqueline, foi considerada pelo "galã" Renan a mais bela jogadora de vôlei de todos os tempos.
Hoje uma bem-sucedida executiva do ramo de seguros, Dulce está sozinha.
"Eu preferia nem saber desses números assustadores", disse ao conhecer a desproporção entre homens e mulheres no Rio.
Dulce aponta como um grande problema de sua faixa etária o comprometimento da maioria dos homens.
"Na faixa dos 30, a maioria dos homens já está casada e, quando eles se separam, ficam pouquíssimo tempo sozinhos."

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