São Paulo, domingo, 31 de março de 1996
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Engenharia de alimentos está em alta

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre as engenharias, a área de alimentos é uma das que menos sofrem com o desemprego que castiga o setor da indústria.
"A explicação pode estar no fato de ser uma área nova, que se desenvolveu de 30 anos pra cá", explica Antonio Feliciano, 40, presidente da Abea (Associação Brasileira de Engenheiros de Alimentos).
O período de alta da profissão tem a ver com o aumento do poder aquisitivo das pessoas de renda mais baixa -que passaram a consumir mais gêneros alimentícios, principalmente os básicos.
As principais atividades do profissional são planejar a produção de alimentos em todas as fases -desde análise e controle de processos até o produto no mercado.
Cuida ainda do processamento das matérias-primas (leite, frutas, verduras e legumes, por exemplo) e estuda as substâncias nutritivas, conservação e preparo de produtos vegetais e animais.
Uma pesquisa inédita feita pela Abea -e que deve ser divulgada nesta semana- traçou o perfil do engenheiro de alimentos. A maioria (84%) está no Estado de São Paulo -39% na capital.
A divisão entre as áreas é equilibrada. Um quarto dos profissionais estão na área de produção. Pouco mais de um quinto (22%), trabalham na área de pesquisa e desenvolvimento.
As perspectivas têm sido boas -graças à abertura de novas áreas dentro das indústrias.
Equipamentos, aromas, essências e embalagens são exemplos de novas atividades. Antes as opções estavam concentradas no processamento de alimentos.
Os salários variam de acordo com a área de atuação. Metade dos que trabalham em empresas nacionais ganham entre R$ 1.000 e R$ 3.000 por mês.
Mas nas multinacionais paga-se melhor: o mesmo percentual recebe entre R$ 2.000 e R$ 4.000.
Qualidade e comércio são as áreas que melhor remuneram -há 60% ganhando entre R$ 2.000 e R$ 5.000. Pesquisa paga um pouco menos -o mesmo percentual recebe entre R$ 1.000 e R$ 4.000.
O mais recomendável para quem acabou de se graduar é ter uma experiência profissional, antes de pensar em uma pós-graduação.
"É um erro sair da universidade direto para a pós. A menos que o objetivo seja se tornar um pesquisador", avalia Feliciano.
Uma desvantagem da profissão é ter de dividir mercado com outros profissionais -de química, farmácia ou biologia, por exemplo- dentro das indústrias.
"É uma área muito restrita", confirma Ubirajara Felix, 45, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo.

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