São Paulo, domingo, 31 de março de 1996 |
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Franquia de confecção exige cautela País tem mais de 160 marcas NELSON ROCCO
Em todos os ramos do segmento, há no mercado mais de 160 marcas franqueadoras, segundo o Instituto Franchising, até 1995. A escolha de uma delas deve ser bem pensada, já que a taxa de mortalidade do setor também é alta. Em 94 -último dado disponível-, a taxa ficou em 11,97% -das 131 empresas atuantes no início do ano, 14 deixaram o franchising. Deste total, 8 desistiram de franquear, 5 fecharam e 1 alegou outras razões. Um dos principais problemas das franquias de vestuário, segundo consultores, é que o dono às vezes "empurra" o estoque encalhado. "O franqueador que empurrar estoque está condenado. Ele estraga a marca e acaba com o relacionamento com a clientela das lojas", afirma Roberto Cintra Leite, 53, diretor da Cintra Leite & Associados e professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. A Club Sportswear é uma das empresas com critérios para reposição de estoques. Rinaldo Serra, 29, diretor, afirma que o estoque mínimo para a abertura da loja é de 600 peças, ou R$ 15 mil. "O franqueado tem que comprar toda a coleção no início do funcionamento. Depois, ele vai repondo de acordo com a necessidade." Marcelo Cherto, 41, presidente do Instituto Franchising, afirma que a imposição de cotas de compras por parte do franqueador é a confissão da ineficiência. Na Diversa, o estoque inicial varia de 1.500 a 2.000 peças, correspondentes a R$ 28 mil. Segundo Carlito Spinola, 49, franqueador, as reposições são mensais, e a margem de lucro bruto, de 25%. Ana Maria Almeida Pires, 26, gerente de franquia da Corpo e Arte Underwear, diz que o estoque inicial para uma loja é de 1.000 peças. "Nós fazemos uma sugestão de pedidos, dependendo da coleção. No inverno, o ideal é que o franqueado venda 8.000 peças em toda a temporada", explica Ana Maria. A consultora Celina Kochen, 35, diretora da Associação Brasileira de Franchising, lembra que foi uma das precursoras no franchising do setor, com a Ocean Pacific. "Naquela época (1982), as empresas lançaram franquias para expandir o negócio, acompanhando o crescimento dos shoppings." "Na década de 90 está havendo a depuração do setor. O Brasil tem boas marcas e as pessoas gostam de consumir, mas os empresários têm de saber que ser franqueador não se resume em vender roupas para o franqueado", diz a consultora. Para Cherto, um dos obstáculos para o crescimento é que os franqueados não conhecem contabilidade de custos. "Os empresários colocam margens de 100%." Segundo ele, quando o país tinha inflação alta, o mercado aceitava essas margens. "Quem não se profissionalizar, vai quebrar a cara." Texto Anterior: Como consertar máquinas de lavar roupa? Próximo Texto: É importante checar a empresa Índice |
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