São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Arquitetura é o destaque nas ruínas da cidade de Massada

ARTHUR NESTROVSKI
DO ENVIADO ESPECIAL

Temendo um golpe de Cleópatra, Herodes construiu sua fortaleza em Massada, em 37 a.C. Cem anos mais tarde, o último grupo de resistência judaica, fugindo dos romanos, tomou a cidadela e ali conseguiu sobreviver até o ano 73.
Segundo relata Flávio Josefo, os judeus de Massada cometeram suicídio coletivo na véspera da entrada dos romanos. A história de Massada nuca foi esquecida na tradição judaica. Todos os anos soldados do Exército fazem juramento entre as ruínas: "Massada nunca mais cairá."
No alto de um platô, a 450 m acima das margens do mar Morto, as ruínas de Massada formam um conjunto impressionante de residências, palácios e depósitos.
A grandiosidade e engenho de Herodes como construtor não está menos evidenciada aqui do que no Herodium de Belém, ou no anfiteatro de Cesaréia.
A sauna de Herodes está preservada até hoje. Pequenas colunas sustentam o segundo piso. Entre elas era colocado o carvão; e sobre o piso a água, para evaporar. O teto em cúpula permitia que a água escorresse pelos lados, sem pingar.
O palácio de Herodes fica suspenso em três terraços naturais. Palácio e rocha se completam, de uma maneira que nos faz pensar em arquitetos modernos como Frank Lloyd Wright.
Mas não há nada de mais vividamente -ou fantasmaticamente- antigo do que esse conjunto monumental de ruínas.
É um dos tantos pontos, em Israel, onde se escuta o horror do passado, a dificuldade e a grandeza de viver em paz.
(AN)

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