São Paulo, terça-feira, 2 de abril de 1996 |
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Mãe, dois filhos e sobrinho são mortos
CRISPIM ALVES
Em um quarto da casa, a polícia achou os corpos de Débora Isidoro da Mata Pinheiro, 49, de seus filhos P.R.P., 17, e Sidney Alexandre Pinheiro, 20, e de seu sobrinho Valter da Mata Cassiano, 27. A PM foi acionada por volta das 4h, por meio de uma ligação anônima. Foram encontradas cerca de 50 cápsulas de balas no local. Com essas vítimas, sobe para 60 o número de mortos em chacinas neste ano na Grande São Paulo. Os quatro mortos levaram tiros na cabeça e no peito. A polícia ainda não tem suspeitas dos autores do crime, mas acredita que ele esteja relacionado a drogas, porque foram encontradas quatro pontas de cigarros de maconha na casa. 'Boca de fumo' "Recebemos informações de que ali era uma boca de fumo", afirmou Laércio Belo de Oliveira, delegado de plantão do 32º DP (Itaquera). O caso foi transferido para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Oliveira foi ao local do crime de manhã e conversou com alguns moradores, mas não obteve nenhuma pista. "Os vizinhos se negaram a falar qualquer coisa. Aquela região é muito perigosa por causa dos traficantes." Segundo a Folha apurou no local do crime, um dos vizinhos da família morta teria visto seis pessoas pularem o muro da casa em direção à rua logo após os disparos. Ingrid da Mata, 20, irmã de um dos mortos (Valter da Mata Cassiano), disse não saber o que aconteceu. "Meu irmão tinha acabado de chegar a São Paulo e foi pousar (dormir) na casa da minha tia." Vizinhos Sob efeito de tranquilizantes, Ingrid afirmou que viu os cigarros de maconha na casa ontem, depois do crime, mas nunca soube que seus primos usassem drogas. "Eles sempre se deram bem com todo mundo aqui, não deviam nada para ninguém e não tinham passagem na polícia", disse Ingrid. "Todos da casa (inclusive Débora) 'cortavam' um fuminho, mas não mexiam com ninguém. Eles nunca arrumaram confusão e, que eu saiba, não tinham inimigos", disse Anísio Alves Pereira, 68, vizinho da família assassinada. Ele disse ter escutado os tiros. Outros vizinhos afirmaram ter escutado os disparos, mas não quiseram falar sobre o assunto. Pereira não considera o bairro muito perigoso. "De vez em quando aparece um morto por aqui, mas isso acontece em todo lugar de vez em quando." Texto Anterior: Ainda há passagens para Semana Santa Próximo Texto: Lei proibirá criação de boi e cavalo na cidade; Moradores aprovam nova cidade no Ceará; Receita apreende contrabando em SP Índice |
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