São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
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Real reorienta produtor

JOSÉ FLÁVIO MACHADO

O processo de estabilização econômica fez com que as atividades de produção rural entrassem numa fase de grandes dificuldades, características dos períodos de transição.
A terra, considerada anteriormente como reserva de valor, começa agora a se transformar em um bem de produção.
Neste contexto, inúmeros proprietários rurais precisam reorientar suas ações, buscando um efetivo aumento da produtividade, como forma de suplantar as dificuldades no setor, decorrentes da implantação do Plano Real e da modernização do país.
Parece-nos que esta situação de crise é o momento mais oportuno para reavaliar o que vem sendo feito, impor correções de rumo à administração da propriedade e estabelecer novas metas.
Para tanto, é preciso efetuar um trabalho detalhado de planejamento das atividades, que pode inclusive ocasionar uma mudança radical no perfil da produção, quer através da diversificação, quer descobrindo novas alternativas de negócio, até então desconhecidas.
O primeiro passo para a solução dos problemas da propriedade rural consiste em se efetuar uma avaliação criteriosa da forma de participação dos proprietários nos processos e gestão dos negócios.
Por outro lado, é necessário conhecer perfeitamente o potencial de produção das terras em questão, que deverão ser estudadas no que diz respeito aos solos, clima, cobertura vegetal, disponibilidade hídrica e infra-estrutura existente.
Deve ser também estudado o perfil da produção local, efetuando-se visitas às propriedades vizinhas, buscando determinar quais são as atividades agropecuárias desenvolvidas com sucesso.
Os dados devem ser confrontados com projeções macroeconômicas, de forma a se determinar os possíveis cenários futuros para as atividades pretendidas.
Conhecendo-se o perfil dos proprietários, é possível detectar quais as melhores alternativas para a exploração em uma determinada propriedade agrícola.
Uma vez definido o programa de produção, é preciso, com assessoria de especialistas, detalhar os projetos específicos para cada uma das atividades a ser desenvolvidas.
Estes estudos devem contemplar a introdução de modernas tecnologias e o dimensionamento exato da mão-de-obra necessária.
Todas estas atividades de planejamento devem ser descritas em um Plano Diretor da propriedade, que estabelece as bases corretas para o seu desenvolvimento físico-organizacional.
Este documento deve assegurar, além da ocupação racional do solo, a qualidade e a eficiência das operações ali efetuadas, observando técnicas de conservação ambiental. Desta forma, estarão encontrando o caminho da modernidade e trazendo mudanças realmente significativas para o setor. Afinal, como diz o velho ditado: "Fazer o que sempre se fez, vai levá-lo aonde sempre chegou".

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