São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
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Loyola anuncia mais rigor sobre bancos

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central (BC) vai introduzir no país o sistema de classificação de riscos de créditos para tornar mais rigorosa a fiscalização dos bancos, anunciou Gustavo Loyola, presidente da instituição, ontem, em São Paulo.
"Essa talvez seja a questão prioritária no momento do ponto de vista do aperfeiçoamento da regulamentação e da fiscalização do sistema financeiro", afirmou.
Loyola informou ainda que, a partir de agora, o CMN (Conselho Monetário Nacional) vai anunciar, a cada reunião, uma nova medida na área de fiscalização dos bancos.
O presidente do BC disse que a reestruturação da área de fiscalização, a cargo do diretor da instituição, Claúdio Mauch, é a "prioridade número um".
Auditores
Um passo importante nesse sentido, afirmou, é a divulgação pelo BC, prevista para hoje, da regulamentação da decisão do CMN sobre a atuação das auditorias independentes nos bancos.
A decisão, aprovada na quinta-feira passada, estabeleceu critérios para disciplinar o trabalho dos auditores independentes no sistema financeiro. Um desses critérios diz que uma auditoria não poderá acompanhar os balanços de um banco por mais de quatro anos.
Loyola informou ainda que o BC tem planos para aumentar o número de profissionais da sua área de fiscalização.
Atualmente, o BC conta com 500 fiscais. Antes porém de iniciar contratações, Loyola disse que o BC vai fazer uma revisão da questão salarial na instituição.
Embora, disse, os salários médios no BC, em torno de US$ 3,2 mil, sejam bons em comparação com outros órgãos do setor público, os salários de ingresso, cerca de R$ 1,2 mil, são, segundo Loyola, insuficientes para recrutar fiscais.
Juros menores
Gustavo Loyola disse que a queda dos juros anteontem em ritmo mais rápido do que as previsões do mercado financeiro não significa que o BC tenha resolvido acelerar a redução dos juros.
Loyola afirmou que a trajetória dos juros é de queda, dando continuidade a uma política de redução gradual do custo do dinheiro iniciada em meados do ano passado.
Segundo ele, a orientação será mantida enquanto a economia do país estiver na fase de "convalescência" de uma longa doença que quase a matou: uma história de inflação alta. "Não é recomendável partir logo para uma política de baixar em demasia os juros."

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