São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
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Governo ameaça 'ressuscitar' tabela

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo recuou diante dos aumentos de até 33% e ameaça tabelar novamente o preço dos combustíveis. O recado foi transmitido ontem por meio de nota conjunta dos ministérios da Fazenda, Minas e Energia e Indústria, Comércio e Turismo.
A equipe econômica esperava que os postos aumentassem o preço em média entre 9% e 10%. Acabou sendo surpreendido com reajustes que ela considerou abusivos, o que provocou uma grande confusão no governo.
O porta-voz da Presidência da República, Sergio Amaral, chegou a dizer no início da noite que o governo descartava qualquer tabelamento ou congelamento de preços dos combustíveis. Acabou sendo desmentido pela nota conjunta.
O texto divulgado aponta, em seu último parágrafo, que "nos próximos dias, nas regiões onde persistirem os aumentos de preços acima da expectativa, com ausência de competição ou abuso de qualquer natureza, o governo poderá, nestas regiões, determinar o retorno do tabelamento".
Antes mesmo da divulgação da nota, o DNC (Departamento Nacional de Combustíveis) e a Secretaria de Acompanhamento Econômico estavam elaborando uma tabela referencial de preços para as regiões onde ocorreu a liberação dos combustíveis (Sul, Sudeste, Nordeste, com exceção de alguns municípios, Distrito Federal e Goiás).
A Folha apurou que a tabela de referência terá duas colunas: uma com o comportamento do mercado nas primeiras 24 horas da liberação e outra com os valores referenciais para orientar os postos.
Antes de voltar com o tabelamento, o governo espera que os postos de gasolina enquadrem seus preços de acordo com a tabela que será divulgada.
Caso ocorram aumentos que o governo considere abusivos, a intenção é acionar a Secretaria de Direito Econômico.
O tabelamento seria adotado com a persistência dos preços abusivos, na opinião do governo.

LEIA MAIS sobre combustíveis na pág. 2-5.

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