São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996 |
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Corinthians, até agora, deve exibição à altura
ALBERTO HELENA JR.
Afinal, o Corinthians, aqui, venceu com tranquilidade o campeão brasileiro, que, por sua vez, desenvolve uma campanha vacilante, tanto no Estadual do Rio quanto na Libertadores e até mesmo na Copa do Brasil. É capaz de levar uma traulitada aqui para descontar logo ali, basicamente porque seu treinador -Marinho Perez- luta mais para ganhar a confiança da diretoria e da opinião pública alvinegra do que para vencer seus adversários. Em todo caso, o Bota vem de uma goleada histórica, a la Palmeiras, sobre o Barreira: 7 a 1, sem Túlio e com três gols de Bentinho. E é sobre Bentinho que repousam as maiores dúvidas. Dizem que não anda jogando nada. Chegou a ser substituído várias vezes. Quando o vi em ação, ao lado de Túlio, não me pareceu tão mal. Apenas está acontecendo o que previ aqui mesmo quando de sua contratação pelo Bota. Quem esperava vê-lo substituindo em estilo e funções a Donizete iria cair do cavalo. Como meia de origem, nos juvenis da Lusa, Bentinho até que poderia ajustar-se a Túlio, mas voltando por dentro para armar as jogadas a partir da intermediária inimiga, ao contrário de Donizete, um aríete pelos dois flancos, alternadamente, claro. Nesse caso, se confundiria com Beto, e o lado direito do ataque passaria a ser um terreno baldio. Sem Túlio, jogando na sua, renderia muito mais. Por isso, teria sido mais conveniente para o jogador e para o Botafogo que ele se transferisse, à época, para um Santos ou um Corinthians, que clamavam por um centroavante típico, muito mais do que o campeão brasileiro, carente de um substituto para Donizete. Quanto ao Corinthians, eis uma boa chance para nos oferecer um desempenho à altura do alto nível técnico da maioria dos seus atletas, sobretudo do meio-campo pra frente. Até agora, está devendo. * Por falar nisso, nos céus de Belo Horizonte pairam nuvens verdes, prenúncio de mais uma enxurrada de gols. Afinal, o Palmeiras está por lá, azeitando sua máquina mortífera para triturar o Galo. Será? Bem, pelo menos é o que sugerem os retrospectos, embora o Atlético também venha de uma goleada escandalosa, com o filho do vento, Euller, fartando-se de ir às redes. Aliás, Euller, quando no São Paulo, era a nuvenzinha escura que flutuava sobre a cabeça do Palmeiras. Mas o Atlético não só se desfez de meio time, num troca-troca inexplicável com o Guarani, como perdeu ali sua maior esperança -o armador Cairo, um menino de ouro e de fina estampa. A propósito, o presidente do Guarani, Beto Zini, pode ser o mais instável e perverso cartola do nosso futebol, mas tem o faro mais apurado para garimpar talentos sem meter a mão no bolso. Texto Anterior: Objetivo de Túlio é ser o artilheiro da Libertadores Próximo Texto: Na tela da TV Índice |
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