São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996 |
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'U2 português' vem destilar o seu pop lírico no Brasil
SYLVIA COLOMBO
Em entrevista à Folha, de Lisboa, o vocalista Miguel Angelo falou sobre o último disco da banda "O Caminho da Felicidade", lançado em Portugal no final de 95 -distribuído aqui pela BMG-Ariola- e sobre o cenário da música pop. "Nosso desafio é a desconstrução da linguagem pop formal", diz. O som do grupo remete às fusões de jazz e rock dos anos 70 e das experimentações da linguagem pop com som de teclados. Além disso abusam também das cordas, principalmente violinos e violas. Apesar de ser uma banda de público adolescente e universitário, o assunto dos Delfins fica longe do coloquial. "Nosso caminho sempre foi captar as coisas do nosso tempo, tentando fuigir dos temas banais do cotidiano, para abordar coisas mais profundas, como as buscas espirituais." O teatro é outra das incursões do grupo. Em 1994 remontaram o "Breve Sumário da História de Deus", de Gil Vicente, atuando e produzindo a trilha sonora. Dentro do cenário pop português, povoado de grupos de rap e acid jazz, os Delfins representam um diferencial. Assim como os Mamonas que "eram interessantes pelo deboche, mas não podiam ser considerados uma amostra do rock brasileiro." Pedro Ayres Magalhães -violonista, baixista e compositor- o mentor espiritual e intelectual do Madredeus já fez parte do grupo. Produziu seus primeiros singles e participou de uma turnê em 1993. Até hoje ele -também responsável pelo sucesso de grupos como Heróis do Mar e os Faíscas- compõe para o grupo e segue sendo seu conselheiro musical. A banda toca em São Paulo nos dias 10 e 17 de abril, no Blen Blen Club; dia 13 no parque da Aclimação e no dia 19 na Casa de Portugal. Próximo Texto: CD é mistura de estilos Índice |
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