São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
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Summers investe na fusão com Uakti

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Andy Summers é o único músico que não vem de Minas Gerais para o show do Uakti dia 12, no Palace. O show, que faz parte da programação do Heineken Concerts, tem participação de Milton Nascimento, Lô Borges e Flávio Venturini.
A curiosidade é que o ex-guitarrista do grupo The Police só foi ouvir um CD do Uakti na semana passada, embora seu antigo companheiro de banda, o baterista Stewart Copeland, já tenha se apresentado com os mineiros. Ele falou à Folha, por telefone dos EUA, após retornar de uma turnê européia com o Ardy Summers Trio.
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Folha - Sua música combina com o Uakti?
Andy Summers - O Uakti faz uma versão muito particular da música brasileira, algo que realmente nunca ouvi antes. Na verdade, preciso ouvir um pouco mais.
Folha - "Synesthesia", seu novo álbum, mistura diversos ritmos. Você está se especializando em fusões musicais?
Summers - Sim. Uma das faixas, "Monk Hang Ten", chega a misturar surf music, jazz, blues e rock em uma única canção. Acredito que a fusão de gêneros é a característica da música dos anos 90.
Folha - Desde quando você se interessa por música brasileira?
Summers - Há muito tempo. Quando tocava violão clássico, aprendi várias músicas clássicas da América do Sul, como composições de Villa-Lobos. Também estudei as canções de Jobim e Bonfá, na linha da bossa nova, e recentemente me tornei um fã das músicas de Egberto Gismonti.
Folha - Nos dois últimos anos, relançamentos retornaram o interesse no Police. O que faz o grupo permanecer popular mais de uma década após seu fim?
Summers - Minha guitarra. Esta é a resposta verdadeira, mas posso lhe dar outras se você quiser.
Folha - Você imagina o Police voltando, como o Sex Pistols?
Summers - Odiaria pensar que sim. Acredito que o Police é uma das poucas bandas que jamais voltaria se alguém oferecesse uma fortuna, nem que fosse para um único show. Não entendo por que o Sex Pistols está fazendo isso.

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