São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
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Da antipatia

PAULO COELHO
DA ANTIPATIA

Vou dar uma conferência em Kyoto, junto com o coreano Tae-Chang Kim. Quando nos encontramos para acertar detalhes, sinto que há uma antipatia imediata entre os dois -ou, que "meu santo não cruzou com o dele, e vice-versa". Durante o debate, porém, as coisas andam melhores do que imaginei. A rivalidade inexplicável se transforma numa energia positiva, fazendo com que cada um dê o melhor de si, e tome o dobro de cautela para não se tornar agressivo. O resultado é um sucesso -mas eu continuo não gostando dele, e ele continua sem gostar de mim. Um amigo meu, que percebeu nossos sentimentos, observa: "é o atrito de duas pedras que permite a faísca de luz."

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