São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996
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Batucada do "Stomp" chega em agosto

PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

Depois do número especial na cerimônia de entrega do Oscar, os "bailarinos-percussionistas" que fazem o musical "Stomp" poderão ser vistos no Brasil em agosto.
O musical, que está há mais de três anos em cartaz em Nova York, deverá ter apresentações em São Paulo e no Rio de Janeiro. As datas ainda não foram definidas.
"Stomp" -que significa bater com o pé no chão- foi criado em 1991 pelos ingleses Luke Cresswell e Steve McNicholas e já passou por Inglaterra, Canadá e Austrália.
Batucada
O show, que tem duração de 90 minutos, pode ser definido como uma batucada sem instrumentos musicais tradicionais. Uma amostra do estilo do grupo é o filme para televisão da Coca-Cola, onde parte do elenco batuca em gigantes cubos de gelo.
O cenário montado no Orpheum Theater, no Village, mais parece com um depósito de sucata: latas penduradas pelas paredes, baldes de plástico empilhados e vassouras amontoadas nos cantos.
É com isso, e alguns outros recursos como jornais, caixas de fósforo, canos de plástico e até isqueiros, que se produzem ritmos latinos, afro e até asiáticos.
Na primeira parte do espetáculo, porém, o próprio corpo dos músicos é o instrumento principal, com palmas, sapateado e saltos.
Além do ritmo, "Stomp" apela para o humor, principalmente na figura do coreógrafo Sean Curran, que interpreta um tipo desajeitado com toques homossexuais. Não há enredo nem diálogos durante toda a apresentação, apenas alguns quadros que chegam perto da mímica.
Brasileira
Formado basicamente por norte-americanos, o elenco de 21 pessoas conta ainda com alguns ingleses remanescentes do primeiro grupo e traz a percussionista brasileira Maria Emília Breyer.
"A metade do show usa ritmos brasileiros. Tenho certeza que vamos fazer sucesso. Não é um show de dança. É percussão: ritmo e visual. Não precisa saber falar inglês, não precisa de nada para entender", afirma Breyer.
A percussionista, que se juntou ao grupo há dois anos, começou a carreira como baterista de uma banda de rock e aos 21 passou a tocar instrumentos de percussão em bandas de Nova York.
Depois de fazer um teste sem sucesso, foi chamada para uma nova audição e acabou se juntando ao grupo em 94.
"O Stomp é uma maneira diferente de fazer uma música que é muito familiar para o brasileiro. É muito legal ver os americanos batucando samba", afirmou.

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