São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996 |
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PT quer romper alianças tradicionais
CARLOS EDUARDO ALVES
Na reunião do diretório paulistano do partido, na noite de anteontem, delineou-se uma clara maioria contra a coligação com os outros partidos de esquerda. "Existe muita dificuldade para fechar a aliança", afirmou Jilmar Tatto, presidente do diretório do PT paulistano e coordenador da campanha de Luiza Erundina, candidata do partido à prefeitura da cidade. A pressão vem principalmente de candidatos a vereador, que temem a repetição do chamado "efeito escadinha", ou seja, que os demais partidos aproveitem-se dos votos de legenda do PT para a eleição de seus candidatos proporcionais, em detrimento de petistas. Ocorre que, costumeiramente, as pequenas legendas de esquerda concentram sua propaganda eleitoral na TV em um ou dois candidatos, enquanto o espaço petista é dividido por todos os candidatos, com pouquíssimo tempo de exposição para cada um deles. Malufismo Outra queixa, dirigida principalmente ao PSB paulista, é que vereadores e deputados eleitos por aquele partido com a ajuda dos votos de legenda do PT bandearam-se para o malufismo. Tatto ressaltou que o assunto não está decidido. A cautela é explicada pelo temor que a direção nacional do PT force a coligação. Uma questão de fundo, não revelada pelos dirigentes petistas, é que Erundina avalia que alguns partidos de esquerda, principalmente o trotskista PSTU, atrapalhariam sua campanha. Erundina teme que as ações e a imagem radical do PSTU prejudiquem uma campanha em que, ela acha, será atacada pela imagem de "radical" que marca o PT. Vice Erundina defendeu em Brasília que seu vice seja um homem e integrante da chamada sociedade civil. "O eleitorado de São Paulo ainda é muito conservador", disse ao justificar o veto a uma mulher como vice. Texto Anterior: Ibama desiste de contestar terras indígenas Próximo Texto: Pinotti quer Quércia de fora Índice |
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