São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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A moratória

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Eu não tenho o direito de dizer para o Senado "ou vocês resolvem até tal dia, ou não tem negócio". O que eu estou dizendo é que vai chegar um dia em que o negócio vai se tornar inviável, e você tem que desistir.
O que é a mesma coisa.
Aliás, "desistir", no caso, é igual a não pagar.
E no SBT Covas acrescentou que a dívida de São Paulo com o Banespa está virando "impagável".
A ameaça de calote é a nova arma do mais e mais isolado Estado de São Paulo.
Problema dele
Quando o emprego começou a desaparecer, FHC disse que era um problema localizado, em especial no ABC, ou então um problema do mundo todo, globalizado.
Culpa dele é que não era. Nem problema dele.
Ontem, em longa entrevista na CNN hispânica, mais um problema e mais uma reação semelhante.
- Os noticiários dizem que há marchas de camponeses sobre as cidades. Qual é a envergadura do problema agrário no Brasil?
- É um problema que preocupa muito. Não pelo vulto, porque na verdade o Brasil é um país urbano. Nós temos mais de 75% da população nas cidades. Esses são problemas localizados.
"Preocupa muito", como dizem todos, mas na verdade "são problemas localizados". Não mais no ABC, agora no Pontal, poderia acrescentar o presidente.
Mais uma vez, as manchetes indicavam outra coisa. No Jornal Nacional:
- Trabalhadores sem-terra fazem manifestação em 22 Estados.

E-mail±nelsonsa@folha.com.br

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