São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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NorChem será extinto gradualmente

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Fusão nos Estados Unidos termina com sociedade entre os bancos Noroeste, Chemical e a Klabin no Brasil

NorChem vai ser extinto gradualmente
Nada de fusão, incorporação ou cisão. O Banco NorChem, associação do Banco Noroeste com o Chemical Bank, não vai mais fundir-se ao Banco Chase Manhattan.
Os acionistas do NorChem, segundo a Folha apurou, decidiram pela pura e simples extinção do banco.
Seguirá o mesmo caminho a companhia de leasing (que faz operações de aluguel com opção de compra) do grupo, a NorChem Arrendamento Mercantil, em processo de desativação.
A fusão do NorChem com o Chase -que, nos EUA, uniu-se ao Chemical para formar a maior instituição bancária daquele país, em agosto do ano passado- fora anunciada no país em dezembro.
A decisão de extinguir o NorChem já está tomada, só falta ser formalizada, afirmou um executivo envolvido nas negociações, que preferiu que seu nome não fosse mencionado.
As instituições só devem falar sobre o assunto oficialmente após formalizarem o fim do NorChem.
A sociedade que ora finda teve início em meados dos anos 70, quando o Noroeste e o Chemical fizeram uma joint venture (50% cada um) num banco de investimentos e numa empresa de arrendamento mercantil.
Carreira solo
Em 1989, o Noroeste vendeu para o empresário Israel Klabin 28% do capital do NorChem, reduzindo sua fatia para 22%.
O NorChem virou banco múltiplo (com caixa único) e, sob a gestão do Chemical, passou a ser o braço do Noroeste no chamado mercado bancário de atacado, voltado ao atendimento às empresas.
Mas a fusão externa do Chemical com o Chase tornou a associação brasileira incômoda.
É que o Noroeste não demonstrou interesse em colocar mais dinheiro no novo Chase local para manter sua participação. E o Chemical, por sua vez, preferiu a carreira solo.
Como o processo de fusão dos bancos seria mais custoso, optou-se pela extinção do NorChem. O caminho escolhido será o da liquidação gradual dos ativos (empréstimos) e dos passivos (depósitos).
O que sobrar, equivalente ao patrimônio líquido do banco, será dividido entre os sócios de acordo com a participação de cada um no controle acionário do NorChem.
Funcionários
Os ativos totais, em dezembro, chegavam a R$ 2,375 bilhões. Os depósitos, a R$ 1,759 bilhão.
Em fevereiro, o patrimônio líquido contábil do NorChem era de R$ 160 milhões.
A expectativa dos acionistas é obter, no processo de autoliquidação, mais de R$ 200 milhões num prazo de 120 dias.
Os cerca de 300 funcionários do NorChem já foram absorvidos pelo novo Chase. Alguns executivos de primeiro escalão foram demitidos nas últimas semanas.
Embora a sociedade esteja chegando ao fim, os sócios do NorChem fizeram um acordo de cavalheiros.
As operações de finanças corporativas que aparecerem no Noroeste serão encaminhadas ao novo Chase, que passará ao banco da família Cochrane as oportunidades típicas de varejo.

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