São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Participação no PIB cai para 8%

DA REDAÇÃO

A participação dos bancos no PIB (Produto Interno Bruto) declinou de 13,9% em 1990 para 8% em 1995. Segundo especialistas do Banco Fator, uma participação razoável seria entre 4% e 5% do PIB.
A queda da participação dos bancos no PIB decorre do aumento da desintermediação.
Atividades típicas de instituições financeiras, como a concessão de empréstimos, estão sendo feitas por outras empresas, diz o presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Maurício Schulman.
Segundo ele, os bancos enfrentam forte concorrência de intermediários fora do setor financeiro na oferta de crédito, como a indústria e o comércio.
Empresas industriais como a automobilística tomaram recursos no exterior para financiar a venda de seus produtos, diz Schulman.
Tendência
Raymundo Magliano Filho, vice-presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, afirma que a desintermediação financeira é uma tendência mundial.
Para o presidente da Ancor (Associação Nacional das Corretoras de Valores), Homero Amaral Junior, as corretoras estão se adaptando também à concorrência.
As corretoras procuram se diferenciar dos bancos, especializando-se em segmentos como o de assessoramento financeiro.
As corretoras não operam apenas no mercado acionário. Hoje, o segmento procura orientar o cliente sobre a melhor alternativa de investimento, diz Amaral.
As corretoras também estão realizando parcerias nas suas operações. A corretora Magliano fez acordo operacional, por exemplo, com a Brasilpar. No contrato ficou estabelecido que as operações em Bolsa são realizadas pela Magliano, enquanto a Brasilpar faz a análise de empresas e gestão dos recursos.
Credibilidade
Segundo Magliano, a competição bancária deve fazer com que os bancos procurem aumentar a credibilidade do sistema por meio de auditorias formais, e não apenas qualitativas.
Hoje, se o banco envia o balanço até a data estabelecida pelas autoridades, considera que já realizou seu compromisso com o público.
Magliano defende uma auditoria qualitativa, ou seja, com notas nos balanços sobre a qualidade dos ativos (bens e direitos) da instituição.

Texto Anterior: Ineficiência marca bancos brasileiros
Próximo Texto: Sistemas de segurança podem diminuir o custo das apólices
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.