São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996 |
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Globo pode captar US$ 1,4 bi no exterior
ELVIRA LOBATO
Segundo Mauro Molchansky, diretor-executivo da Globopar, a empresa pode captar até US$ 1,4 bilhão nos mercados europeu e americano, através do lançamento de títulos de dívida (debêntures). Os títulos serão lançados na medida em que surgirem as oportunidades de negócios. A Globo vai disputar os leilões para telefonia celular privada em consórcio com a norte-americana AT&T e com o Bradesco. A participação da família Marinho no consórcio é de 36%; a do Bradesco é de 24% e a da AT&T, de 40%. O mercado alvo do grupo é o de São Paulo. TV a cabo As Organizações Globo começaram a recorrer ao mercado financeiro internacional para financiar seus investimentos no mercado de TV paga por cabo. Cada um dos programas acaba de ser ampliado para US$ 700 milhões. Até agora, a Globopar lançou US$ 494 milhões em títulos de dívida pelo programa de curto prazo e fez dois lançamentos de longo prazo nos últimos sete meses: um de US$ 125 milhões, no ano passado, e outro de US$ 33 milhões este ano. O segundo lançamento de longo prazo foi feito no mercado português. Os títulos foram adquiridos por investidores institucionais, como seguradoras e fundos de pensão. Segundo Mauro Molchansky, a Globo é a primeira empresa brasileira a captar recursos no mercado financeiro de Portugal. Este lançamento, assim como os anteriores, foi coordenado pelo Chemical Bank, que recentemente se fundiu com o Chase Manhattan. Compras A Globopar já investiu perto de US$ 400 milhões no mercado de TV paga por cabo. Estes investimentos incluem a compra de participação societária em várias empresas operadoras e os gastos com a instalação das redes de cabo. Só no ano passado, o grupo comprou o controle acionário das TVs a cabo de Brasília e de Piracicaba. Comprou ainda 50% do capital da TV a cabo de Belo Horizonte e as ações da TV Cabo Rio (50% do capital) que pertenciam à United International Holding (EUA) e ao empresário argentino Dante Quinterno. A avaliação dos executivos da Globo é a de que o mercado de TV paga será dominado pelos sistemas de transmissão por cabo. As projeções do grupo são de que o país terá 11 milhões de assinantes de TV paga no ano 2.003 e que 70% deles serão atendidos pelas TVs a cabo que teriam, portanto, cerca de 7,5 milhões de assinantes. Satélite Ainda pelas projeções dos executivos da Globo, as TVs pagas com transmissão direta de satélite terão 25% dos assinantes, enquanto os sistemas com transmissão por microondas ficarão com os 5% restantes, ou seja, chegarão ao ano 2.003 com menos de 1 milhão de assinantes. No futuro, além de dominarem o mercado da TV por assinatura, as redes de cabo servirão também para transmitir telefonia e dados, como já acontece na cidade de Santiago, no Chile. Texto Anterior: Supersena de R$ 2 mi prescreve Próximo Texto: Lei de concessão deve demorar Índice |
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