São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Nova saga da Globo quer retratar moderno empresário do campo

ARMANDO ANTENORE
ENVIADO ESPECIAL A AMPARO

Um fazendeiro cosmopolita, que toca berrante e pilota jatinho. Eis o perfil do personagem que dá título à novela "O Rei do Gado".
A mais recente saga agreste de Benedito Ruy Barbosa, mesmo autor de "Renascer" (1993), "Pantanal" (1990) e "Cabocla" (1979), pretende abrir espaço para o "anticoronel".
"Chega de sinhozinhos folclóricos", proclama o escritor. "Está na hora de a televisão retratar o moderno empresário do campo, que sabe transitar pelo universo urbano e não se fecha em feudos."
A Globo planeja lançar a novela dentro de dois meses, às 20h30. As gravações se iniciaram no último dia 25, em Amparo (140 km ao Norte de São Paulo).
O diretor Luiz Fernando Carvalho está à frente da empreitada. Como em "Renascer", conduz a nova trama com um pé no cinema -sequências longas, iluminação detalhista e cenários de época reconstituídos fielmente.
Também como "Renascer", "O Rei do Gado" se dividirá em duas fases. A primeira, com apenas sete capítulos, reúne Antonio Fagundes, Tarcísio Meira, Vera Fischer, Cláudio Corrêa e Castro, Eva Wilma, Letícia Spiller e Leonardo Brício.
A história começa em 1943. Os protagonistas são os Berdinazzi e os Mezenga, famílias rivais que cultivam café no interior de São Paulo. Odeiam-se, mas, à semelhança dos Montéquio e Capuleto ("Romeu e Julieta"), têm de conviver com o amor dos jovens Henrique Mezenga e Giovanna Berdinazzi.
Quando o Brasil declara guerra contra o nazi-fascismo, os dois clãs, de origem italiana, se tornam alvo de preconceitos e acabam perdendo tudo.
Sem alternativas, os Berdinazzi seguem para o norte do Paraná e tentam se reerguer ainda plantando café. Os Mezenga continuam em São Paulo, mas trocam a agricultura pela pecuária.
Inicia-se, então, a segunda fase da novela, que corre nos dias de hoje e deverá se estender por 200 capítulos.
É Fagundes quem irá incorporar o "rei do gado", fazendeiro de "cabeça aberta", milionário, neto do Mezenga original.
Fará contraponto com o "rei do café", Geremias Berdinazzi (Raul Cortez), um ruralista mais conservador.
Por força da sem-terra Luana (Patrícia Pillar), a novela também discutirá reforma agrária, outro tema recorrente na obra de Benedito Ruy Barbosa.

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