São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996 |
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Maluf não usa verba destinada a criança
FERNANDO RODRIGUES
Em contrapartida, Maluf gastou 203,79% a mais do que previu o Orçamento com seis obras viárias. Os dados foram levantados pela vereadora Aldaíza Sposati (PT). A assessoria de Maluf confirmou a precisão dos números referentes ao ano passado. Segundo o levantamento, Maluf fez uma de suas maiores economias em termos percentuais com crianças na hora de liberar dinheiro para construção de creches. Estava previsto um gasto, em 95, de R$ 32,797 milhões para a construção de creches. Mas o prefeito só gastou R$ 576,9 mil desse total. Isso representa uma despesa de apenas 1,76% do previsto. Demanda reprimida Segundo o último dado oficial disponível, do Censo de 91, São Paulo tem 888.381 crianças de zero a quatro anos de idade. Segundo levantamento da vereadora Sposati, cerca de 70% das crianças até quatro anos em São Paulo precisam de creche. Isso equivale a 621.866 crianças. As redes pública e privada de creches na cidade de São Paulo atendem a 103.445 crianças. Há uma demanda reprimida por creches de 518.421 crianças. Em alguns programas, o prefeito Maluf decidiu não gastar nada em 95. Por exemplo, o projeto de recuperação de renda e geração de empregos e o programa de capacitação econômica do adolescente. A verba prevista para esses dois programas era relativamente pequena dentro do Orçamento: R$ 1,523 milhão. Mas nada foi gasto. Saúde infantil Na área de saúde infantil, há dois anos o prefeito não destina verbas para a construção do Hospital das Clínicas das Crianças. Em 94, o projeto ainda constava do orçamento. No ano passado, não houve previsão de gastos. Para a operação e manutenção do já existente Hospital Menino Jesus, que atende crianças da capital, Maluf previu em seu orçamento gastar R$ 5 milhões no ano passado. Mas liberou apenas 31,9% desse total, ou R$ 1,626 milhão. O maior gasto percentual em relação ao previsto no orçamento que o prefeito teve com crianças e adolescentes no ano passado foi em convênios para operação de classes de educação especial. Nesses convênios, Maluf gastou R$ 534,9 mil. Isso representou 53,25% a mais do que estava previsto no orçamento. Só que esse total equivale a apenas 0,06% do total que Maluf previu gastar no orçamento de 95 com crianças e adolescentes. Texto Anterior: USP tem dificuldade para preencher vagas abertas Próximo Texto: Secretário culpa o Real Índice |
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