São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Classe média paga mais por seguro

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O seguro habitacional encarece em cerca de 15% a prestação do mutuário do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) na faixa utilizada pela classe média.
A faixa cobre imóveis avaliados em até R$ 180 mil, com empréstimos entre R$ 28 mil e R$ 90 mil.
Uma pessoa que compre um apartamento avaliado em R$ 100 mil e financie R$ 50 mil por 12 anos, por exemplo, pagaria uma prestação de R$ 734,43 no primeiro mês. Destes, R$ 638,27 correspondem à amortização do empréstimo (capital mais juros de 12% ao ano além da TR).
A parcela referente ao seguro habitacional, nesse caso, é de R$ 96,16. Destes, R$ 24,02 respondem pelo seguro de danos físicos ao imóvel e R$ 72,14 pelo risco de morte e invalidez permanente (que quita o financiamento).
Se pudesse contratar livremente o seguro habitacional, o mutuário pagaria apenas R$ 8,92 pelo seguro de danos e R$ 20,00 pelo de vida, segundo o corretor Daniel Jesus de Souza, da Danseg Corretora. Ele estimou esses valores com base nos preços médios das maiores seguradoras do país.
Feitas as contas, deduz-se que o seguro do SFH, no exemplo acima, sai 169,3% mais caro na apólice de danos e 260,7% mais salgado na cobertura de vida e invalidez.
"É um roubo. Os mutuários deveriam poder ir livremente ao mercado", diz Souza.
O presidente da Susep, Márcio Coriolano, diz que a autarquia e outros órgãos estão se mexendo para mudar a situação. É esperar para ver.
(MG)

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