São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Cinema invade área de treinamento

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Imagine aprender técnicas de tratamento a cliente com filmes em que aparecem Julia Roberts ou Sharon Stone. Ou auto-imagem com texto de Woody Allen?
Grandes empresas, como Avon, Ciba Geigy, Kaiser e Souza Cruz, entre outras, estão usando filmes disponíveis em videolocadoras para treinamento de pessoal.
O diretor da OBI Treinamento e Editora (SP), Marco A. Oliveira, 53, cinéfilo declarado, elaborou mais de 300 "guias de cinema", que ajudam a transformar filmes em material pedagógico.
Cerca de 300 clientes compram regularmente esses guias, cujos preços variam entre R$ 15 e R$ 30 (leia Indifolha acima).
Neles há descrição da cena (podem ser também várias ou o filme inteiro), duração e ponto em que ela acontece no filme.
Há ainda comentários sobre o tema e teorias que o instrutor pode abordar -como, por exemplo, relação do tema com outros autores.
As cenas podem mostrar situações e comportamentos próximos, contrários ou análogos aos vividos no dia-a-dia de uma empresa.
Tudo é muito lúdico. "O Rei Leão", de Walt Disney, é usado, por exemplo, para abordar sucessão em empresa familiar.
Com uma ponta de crítica em relação a alguns métodos pouco convencionais, Oliveira classifica o que chama de mudança de foco em treinamento como "compreensível, mas inadequada".
"Troca-se o conteúdo pelo fascínio da forma. Hoje aprendizado é secundário", diz. Depois admite que os treinamentos antigamente eram mais duros. E completa: "Se você não pode vencer um adversário, transforme-o em um aliado".

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