São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Vestuário oferece mercado promissor

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Imagine uma profissão em que algumas das tarefas são visitar lojas de grife e sair à noite observando como as pessoas se vestem para saber o que estará nas vitrines da próxima estação.
Essas são algumas das atividades dos técnicos de vestuário, um novo curso ministrado pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), pelo qual acabam de se formar 17 pessoas.
"Foi o mercado que indicou a falta de profissionais de nível médio para atuar nesse setor", afirma Aguinaldo Silva Garcez, 47, diretor da Escola Senai Engenheiro Adriano José Marchini (SP).
Com o diploma do curso, os alunos estão aptos a supervisionar todo o processo produtivo, além de coordenar outras atividades, como levantamento de tendências -daí o trabalho em ruas e lojas.
Criar modelos, desenhar moldes e elaborar planos de fabricação de roupa também fazem parte da rotina do profissional.
"Nossos formandos estão capacitados a liderar equipes e empregar técnicas modernas de planejamento e de controle da produção", resume o diretor.
O curso completo dura dois anos -no total, há 2.600 horas. Mas os alunos que não puderem ou não quiserem terminá-lo já podem ser considerados desenhistas de moda (ao final do segundo semestre) ou auxiliares de desenvolvimento (ao final do terceiro).
A reputação do Senai no mercado conta pontos -tanto que 82% dos estudantes formados pela instituição já estão empregados em empresas do setor.
Se existe um fator que desanima os estudantes da área, é o salário. Segundo o próprio Senai, o profissional formado entra no mercado de trabalho recebendo uma remuneração mensal de R$ 400.
O salário médio é um pouco mais alto: R$ 600. Há exceções, com pessoas ganhando até o dobro (leia texto nesta página).
Garcez nega que haja uma evasão alta -dos 80 que começaram o curso, só 17 se formaram. "Como o formato do curso permite que o aluno saia antes, muitos vão logo para o mercado."
Segundo ele, nada impede que o estudante volte à escola, cumpra as 900 horas de estágio obrigatório e obtenha o diploma.
A indústria não é o único caminho para o técnico de vestuário. "A pessoa pode trabalhar como free-lancer de desenho técnico ou autônomo", afirma o diretor.
"Há microempresas que não têm área de desenvolvimento de produto, uma das que estão em alta. Isso eleva a remuneração."
Outra vantagem: há necessidade de novos produtos a cada estação, o que é uma responsabilidade desse profissional.

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