São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Síndicos são alvo de "tapas e beijos"

ROBERTO COSSO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Pelo menos em um aspecto os síndicos de edifícios residenciais se assemelham muito a qualquer governante: são amados por uns e odiados por outros tantos. Indiferente, ninguém consegue ficar.
A principal tarefa do síndico é zelar pelo prédio, que é um patrimônio de todos os moradores.
E, no exercício de suas funções, ele é obrigado a restringir a liberdade das pessoas, em nome do bem-estar comum. Isso acaba gerando frequentes conflitos.
Enfim, todos os problemas -dos mais banais aos mais sérios- acabam em suas mãos.
O cantor Tim Maia, por exemplo, gosta da função, mesmo sem exercê-la. Ele se diz "síndico vitalício de todos os lugares onde mora", depois da música "W/Brasil", de Jorge Ben Jor, que fez muito sucesso entre 1994 e 1995.
Profissionalização
A maior parte dos síndicos não é remunerado, apenas fica isento do pagamento das taxas de condomínio. Somente os grandes edifícios profissionalizaram seus síndicos.
O administrador Affonso Celso Prazeres de Oliveira, 56, por exemplo, é síndico do edifício Copan (zona centro de SP), que figura no "Guiness Book" como o edifício brasileiro com maior número de apartamentos: 1.160 unidades, que abrigam cerca de 5.000 pessoas.
Para administrar os problemas dessa cidade vertical, Oliveira trabalha 14 horas diárias e recebe um salário que ele não quis revelar.
Mulheres
Hoje, a idade média do síndico varia entre 35 e 40 anos, segundo Benjamim Souza Cunha, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras).
"Constatamos isso nos eventos que fazemos para discutir assuntos ligados a eles." Não há pesquisa sobre o perfil dos síndicos.
Ele aponta ainda crescente aumento de mulheres na função. "Elas já são mais de 50%."

LEIA MAIS sobre síndicos na pág. 7-3

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