São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Copan tem seu 'prefeito'

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Edifício Copan é o maior da cidade de São Paulo. Fica no Centro e possui 1.160 apartamentos, 75 lojas e 321 garagens.
Seus cerca de 5.000 moradores produzem três toneladas de lixo por dia. Segundo o censo de 1991 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população é maior do que a de 56 cidades de São Paulo.
O "prefeito" dessa cidade vertical, que começou a ser habitada em 1966, é Affonso Celso de Oliveira, 56, formado em administração. Ele cumpre o seu segundo mandato de dois anos.
Ele não vê dificuldade em cuidar de tudo. Oliveira resolveu ser síndico para tentar reverter o estado de abandono em que se encontrava o prédio. "Há três anos estamos consertando a parte elétrica."
Apesar de a arrecadação alcançar R$ 162 mil reais por mês, com condomínios que variam de R$ 58,84 a R$ 248,07, o Copan não tem recursos para fazer todas as obras de que necessita.
Por isso, Oliveira busca patrocínio. "Estamos vendendo espaço para publicidade no alto do edifício."
Nações Unidas
Luiz Alberto Vieira, 45, síndico há 11 anos do Edifício Nações Unidas (centro de SP), administra receita mensal de R$ 80 mil, gerada pelos 1.600 moradores que ocupam 430 apartamentos.
Segundo Vieira, a arrecadação não é suficiente para os reparos. A condição de síndico, diz, o coloca em situações desagradáveis.
"Um dos apartamentos do primeiro andar estava com um vazamento que afetou a caixa de força. Pedi, mas morador não fez os reparos. Tive de ir à delegacia e fazer um Boletim de Ocorrência. Resolveu."

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