São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Votação na Itália deve ter alta abstenção

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A campanha eleitoral na Itália se encerrou na sexta-feira com a perspectiva de que haverá hoje uma grande abstenção, quebrando uma tradição de alto comparecimento às urnas entre o eleitorado do país.
Os italianos vão às urnas pela terceira vez em quatro anos, para eleger o 55º governo do pós-guerra.
Na última vez, quando Silvio Berlusconi subiu ao poder, em 1994, mais de 85% dos eleitores votaram. Seu governo caiu após sete meses, e foi sucedido por um gabinete de tecnocratas liderado por Lamberto Dini.
Pesquisas de opinião colocam os dois blocos principais, o da Oliveira, de centro-esquerda e liderado pelo economista Romano Prodi, e o Pólo da Liberdade, de centro-direita, do empresário Silvio Berlusconi, praticamente empatados.
A perspectiva de um empate parece desanimar os italianos. O Parlamento ficaria dividido em duas metades que não conseguem chegar a um acordo, impedindo a governabilidade.
Se nenhum dos blocos conseguir apoio eleitoral suficiente para formar o governo sozinho, os votos da Liga Norte, de Humberto Bossi, o único grande partido que não se aliou a nenhum deles, podem ser determinantes para a vitória de uma outra frente.
Ataque ideológico
Berlusconi tem trabalhado para afastar os temores de que, mesmo com uma eventual vitória de sua coalizão, não assumiria o poder por causa de acusações de corrupção envolvendo seu conglomerado financeiro e de mídia.
Ele também está sendo pressionado por causa da participação em sua coalizão dos neofascistas da Aliança Nacional, liderada por Gianfranco Fini, que deve crescer na eleição de hoje.
O Bloco da Oliveira tem usado as raízes fascistas de Fini para tentar assustar o eleitorado.
O bloco de centro-esquerda também não está imune aos ataques ideológicos do adversário. No Bloco da Oliveira estão o PDS (Partido Democrático de Esquerda), de raízes comunistas.
A Refundação Comunista não participa da coalizão, mas fez um pacto eleitoral com o Bloco da Oliveira. Berlusconi tentou usar o fantasma do comunismo para atrair o eleitorado católico.

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