São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996 |
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Câncer aumentou 70 vezes em Belarus
IGOR GIELOW
O governo do país diz que 80 mil pessoas já morreram em consequência de efeitos secundários da radiação. A Ucrânia diz contar com mais de 125 mil mortos. A explosão propriamente dita matou dois trabalhadores. Na semana seguinte, mais 29 funcionários morreram. Os efeitos diretos das chamas radioativas vitimaram cerca de 110 pessoas, segundo Rússia, Ucrânia e Belarus. O governo soviético afirmou, na época, que apenas 20% do material nuclear do reator fora espalhado. Cinco toneladas de materiais neutralizantes, como areia e boro, foram jogadas por helicópteros nas áreas vizinhas ao reator. Problemas Além da nuvem radioativa, a explosão liberou cerca de cem toneladas de combustível nuclear. Parte ficou na área hoje envolta por um "sarcófago" de chumbo. Outra parte foi espalhada em um raio de até dois quilômetros. A contaminação criou diversas zonas de acesso limitado e outras vetadas à moradia. Um bloco de apartamentos a menos de dois quilômetros da usina, porém, teve seus móveis contaminados saqueados no começo da década. No entanto, os efeitos da nuvem radioativa decorrente da explosão do reator de Tchernobil ainda são desconhecidos. Um dos maiores temores da comunidade médica é o efeito, perceptível apenas em gerações seguintes, de mutações causadas pela radiação. Até agora não existem estudos concluídos sobre o "efeito Tchernobil" em seres com ciclo evolutivo mais rápido que o humano -como os insetos. Uma artista plástica suíça, Cornelia Hesse-Honeger, estréia no fim deste mês no Reino Unido uma série de pinturas que ela fez de insetos deformados, coletados em toda Europa na última década. Os exemplares coletados a partir de 1989 são perturbadores, embora não exista nenhuma prova de que suas deformidades tenham relação com a radiação. (IG) Texto Anterior: Segurança total custaria US$ 24 bilhões Próximo Texto: Votação na Itália deve ter alta abstenção Índice |
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