São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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Dança e música da Índia chegam ao país

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Começa hoje no Sesc Pompéia o Festival de Arte e Cultura Indiana. O evento reúne dança, música, culinária e cinema feitos naquele país.
A principal atração do festival é Madhavi Mudgal, uma das maiores estrelas da dança indiana (leia texto ao lado).
A música hindu será representada pelo cantor Madhup Mudgal, irmão da dançarina. Ele se apresenta em duetos com os brasileiros Paulo Moura e Hermeto Pascoal.
O público poderá passear de graça pela instalação "Charkni Chowk, um Bazar Indiano", que pretende simular o que acontece nas ruas de Nova Déli.
A instalação tem projeto das arquitetas indianas Rala Chakravarti e Purnima Rai, com execução do cenógrafo J.C. Serroni.
Outra atração é o chef de cozinha Prem Singh Bartwall, que preparará refeições típicas da Índia na choperia do Sesc.
Foi montada também uma mostra de filmes indianos em vídeo. O filme "A Trilogia de Apu", de Satyajit Rai (em três partes), e "O Salão de Música", de Jalsaghar, serão mostrados no auditório do Sesc, com legendas em francês.
Misticismo
"Esse evento não tem nada a ver com exotismo ou misticismo", diz o coreógrafo, bailarino e professor Ivaldo Bertazzo, 47, idealizador do festival e responsável pela vinda da dançarina Madhavi Mudgal ao Brasil em 1992.
Para o coreógrafo, há no Brasil um público com bom nível de informação sobre a cultura indiana.
"Eles querem aprender mais. É preciso que se entenda que dança indiana não é folclore", diz. "É uma elaboração sobre uma linguagem tradicional."
Bertazzo conta que ficou fascinado com a dança praticada por Madhavi Mudgal.
"É um desafio entre o músico e a dançarina", conta. "Enquanto o músico aumenta a velocidade, a bailarina lança propostas rítmicas com os pés. Os dois improvisam dentro de uma estrutura rígida, o que é muito difícil."
Expressões faciais e gestos são os principais recursos da linguagem abhinaya, usada pelos dançarinos indianos para contar uma história.
"O artista constrói uma emoção com o corpo, para que o público possa transcender", afirma.
(MAd)

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