São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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"Elektra" abre temporada lírica no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

"Elektra", ópera de Richard Strauss a partir do libreto de Hugo von Hoffmannsthal, abre hoje a temporada lírica do Teatro Municipal do Rio.
A ópera é praticamente inédita em palcos cariocas: só foi encenada uma vez, em 1923.
Com 12 cantores e 45 figurantes em cena, "Elektra" é o resultado de uma parceria entre o Teatro Municipal e o Teatro Colón, de Buenos Aires.
Emílio Khalil, presidente da Fundação Theatro Municipal, trouxe figurinos, cenários e o responsável pela montagem argentina, Roberto Oswald, para os palcos cariocas.
Com isso, os custos foram reduzidos -a montagem custou cerca de US$ 400 mil.
"Elektra" traz de volta ao Municipal uma prática de montagens passadas: a utilização de legendas que resumem a trama.
A tragédia de Sófocles, adaptada por Hoffmannsthal, conta a obsessão de Elektra em se vingar da mãe, Clitemnestra, e de seu amante Egisto, responsáveis pela morte de seu pai, Agamenon.
A montagem de Oswald reflete uma visão psicanalítica da trama: o palácio em Micenas onde a trama se desenvolve é transformado numa espécie de sanatório, que tem em seu centro uma estátua semidestruída de Agamenon.
Os figurinos seguem a estética densa da trama: são todos em tons de cinza, branco e preto. A única exceção é a echarpe vermelho-sangue de Clitemnestra.
A soprano austríaca Leonie Rysanek tem uma relação peculiar com a ópera de Strauss. É a única a ter interpretado, durante seus 50 anos de carreira, os três papéis principais de "Elektra" - além do papel título, Clitemnestra e Crisotemis, a irmã de Elektra.
Na montagem do Teatro Municipal do Rio ela será Clitemnestra -mesmo papel que interpretará em agosto, durante o Festival de Salzburgo, em sua despedida da carreira lírica.
O papel-título fica com a soprano americana Marilyn Zschau e o de Crisotemis com a soprano alemã Eva-Maria Bundschuh.
Nos papéis masculinos, o tenor americano Ronald Hamilton como Egisto, o amante de Clitemnestra, e o barítono americano Tom Fox como Orestes, o irmão de Elektra.
A direção musical e regência da montagem são do maestro húngaro Gabor yOtvyos.

Ópera: "Elektra", de Richard Strauss
Regência: Gabor yOtvyos
Onde: Teatro Municipal do Rio (Praça Floriano, s/nº, tel 021/262-3935)
Quando: estréia hoje às 21h. Récitas no domingo, dia 28 e dia 1º de maio, às 17h Quanto: R$ 75 (platéia e balcão nobre), R$ 450 (camarotes e frisas para seis pessoas), R$ 55 (balcão simples), R$ 25 (balcão simples lateral), R$ 25 (galeria), R$ 10 (galeria lateral)

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