São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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General ameaçou atacar residência do presidente

EMANUEL NERI
DO ENVIADO ESPECIAL

O presidente Wasmosy cedeu às pressões do general golpista Lino Oviedo por temer um derramamento de sangue em seu país. Demitido, Oviedo ameaçou bombardear o palácio residencial e matar o presidente e sua família. Sua mulher estava nos EUA, onde estuda um dos seus quatro filhos.
Diante das ameaças, na madrugada de anteontem, Wasmosy se refugiou na residência do embaixador americano. Lá, chegou a assinar carta se licenciando do cargo.
Entrincheirado no Batalhão de Cavalaria, Oviedo não aceitou a licença. Queria a renúncia.
O embaixador do Brasil, Márcio de Oliveira Dias, acompanhou de perto todo o drama de Wasmosy. "Prefiro morrer do que levar o Paraguai a um banho de sangue", disse o presidente ao embaixador. Quando viu que sua residência seria bombardeada, avisou Oviedo que não haveria resistência.
Oviedo deu dois ultimatos -às 2h e às 6h de terça-feira. Quando o segundo prazo venceu e o palácio não foi bombardeado, Wasmosy viu que Oviedo blefava. Passou então a negociar pessoalmente, por telefone, o acordo que levou Oviedo ao ministério.
(EN)

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