São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 1996
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Morte de líder tchetcheno é confirmada

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Líderes guerrilheiros confirmaram a morte do chefe do governo rebelde da Tchetchênia, Djokhar Dudaiev, e afirmaram que ele foi enterrado ontem em um local não-revelado do sul da república separatista.
A morte teria ocorrido em um ataque aéreo russo, efetuado no fim-de-semana contra o vilarejo de Gekhi-Chu, a cerca de 30 km a sudoeste da capital, Grozni.
O anúncio encerrou vários dias de rumores e desmentidos sobre a morte de Dudaiev. Os rebeldes prometeram continuar a luta pela independência da Tchetchênia em relação a Moscou.
Continuidade
"A morte trágica do primeiro presidente da Tchetchênia não dividiu o povo tchetcheno, que está pronto a continuar sua luta por independência", disse Zelimkhan Iandarbiev, apontado como novo líder da guerrilha.
Iandarbiev, considerado de linha dura, teve sua indicação confirmada por um dos principais comandantes rebeldes, Chamil Basaiev.
O comandante das forças russas na Tchetchênia, general Viatcheslav Tikhomirov, negou que suas tropas tenham sido responsáveis pela morte de Dudaiev.
Mas uma fonte do Ministério da Defesa citada pela agência "Itar-Tass" afirmou que o ataque que matou Dudaiev foi retaliação a uma emboscada contra um comboio russo, na semana passada.
Ex-general da Força Aérea soviética, Dudaiev desafiou o governo de Moscou ao declarar a independência da Tchetchênia em 1991.
Em dezembro de 1994, forças russas invadiram a república. Mais de 30 mil pessoas, entre rebeldes, soldados russos e civis, morreram desde o início da ocupação.
A morte de Dudaiev provoca incerteza quanto ao destino que o conflito separatista na Tchetchênia terá a partir de agora.
Analistas acreditam que Iandarbiev não tenha o apoio do comando militar tchetcheno nem dos combatentes voluntários.
Sem uma liderança forte, os russos ficam sem interlocutor definido para tentar uma saída negociada, vital para a reeleição do presidente Boris Ieltsin em 16 de junho.
A morte de Dudaiev também pode conduzir a confrontos internos ou à radicalização da guerrilha.

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