São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996
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Dorothea vive dia de choro e confusão

Segurança e imprensa trocam agressões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ex-ministra da Indústria, do Comércio e do Turismo Dorothea Werneck viveu seu último dia de trabalho, ontem, como candidata a cargo eletivo: foi aplaudida, beijada e chorou.
Após passar o dia em seu apartamento, ela chegou ao ministério pronta para participar da manifestação organizada pelos funcionários contra a sua saída.
O carro oficial que a levava parou na garagem, e ela saiu pela porta da frente do ministério, onde uma mesinha de gabinete fora colocada como palanque.
"Sobe aqui, ministra. Fala com a gente", gritava a servidora Maria de Lourdes. Dorothea foi recebida com uma salva de palmas. Sete faixas de apoio à ex-ministra foram amarradas em árvores.
"Perdemos uma grande técnica", dizia uma delas. "Dorothea, o MICT (sigla do ministério) retribui o seu sorriso."
Cercada por cinegrafistas e fotógrafos, ela voltou para o prédio. Alguns minutos depois, saiu por outra porta, abraçou calorosamente todos que vinham em sua direção e disse que aquele "era o dia dos funcionários".
Muitos deles choravam. Dorothea também tinha os olhos lacrimejantes.
Em meio aos abraços, formou-se a confusão. A ex-ministra foi encurralada pela imprensa e retornou ao prédio. Os seguranças fecharam a porta de vidro em cima dos fotógrafos e cinegrafistas.
Inconformados, estes começaram a reclamar. Um segurança agarrou o pescoço de um fotógrafo, que revidou com um pontapé. Um cinegrafista acertou um soco no rosto de um guarda.
Os funcionários começaram a xingar os jornalistas. "Fora imprensa", gritavam. Pouco depois, a multidão se dispersou, e as portas foram reabertas.

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